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Benedict Anderson | |
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Nascimento | Benedict Richard O'Gorman Anderson 26 de agosto de 1936 Kunming |
Morte | 13 de dezembro de 2015 (79 anos) Batu |
Cidadania | Irlanda |
Progenitores |
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Irmão(ã)(s) | Perry Anderson |
Alma mater | |
Ocupação | professor universitário, cientista político, escritor, antropólogo, filósofo, historiador |
Distinções |
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Empregador(a) | Universidade Cornell |
Orientador(a)(es/s) | George McTurnan Kahin |
Obras destacadas | Imagined Communities, Under Three Flags: Anarchism and the Anti-Colonial Imagination |
Causa da morte | diabetes mellitus tipo 2 |
Benedict Richard O'Gorman Anderson (Kunming, China, 26 de agosto de 1936 - Batu, Malang, Java Oriental, Indonésia, 13 de dezembro de 2015[1]) foi um historiador e cientista político anglo-irlandês que lecionou e viveu grande parte de sua vida nos Estados Unidos.
Sua obra mais conhecida é Imagined Communities - Reflections on the origin and spread of nationalism (em português, Comunidades Imaginadas - reflexões sobre a origem e a difusão do nacionalismo), de 1983, que explora as origens do nacionalismo. A obra já foi traduzida para 21 idiomas, inclusive o português, sendo que sua última tradução brasileira (de Denise Bottman) é de 2008.[2] Estudioso do Sudeste da Ásia, foi professor de Estudos Internacionais, Governo & Estudos Asiáticos da Universidade Cornell, tornando-se, mais tarde, professor emérito da mesma universidade.[3]
Em consequência de sua participação na elaboração de um artigo intitulado Preliminary Analysis of the October 1, 1965, Coup in Indonesia, mais conhecido como Cornell Paper,[4] no qual era contestada a história oficial do Movimento de 30 de Setembro e dos expurgos anticomunistas de 1965–1966, Anderson foi expulso da Indonésia, em 1972. Benedict Anderson era irmão do historiador Perry Anderson.[3]
Anderson era filho de pais anglo-irlandeses.[5][6] Seu pai, James Carew O'Gorman Anderson, era funcionário da alfândega portuária chinesa.[3][5]
A família Anderson mudou-se para a Califórnia em 1941, quando da invasão japonesa, durante Segunda Guerra Sino-Japonesa. Pouco depois, em 1945, transferiu-se para a Irlanda.[5][6] Benedict estudou no Eton College, onde obteve a Newcastle Scholarship, concedida anualmente a alunos com alto desempenho acadêmico, e ingressou no King's College (Cambridge).[7] Em Cambridge, durante a Crise do Suez (1956), tornou-se anti-imperialista, posição que marcaria sua obra posterior, como historiador marxista e anticolonialista.[6]
Graduou-se em Cambridge no ano de 1957, antes de ingressar na Universiade Cornell University, onde concentrou suas pesquisas na Indonésia e, em 1967, obteve o Ph.D. em estudos de governo.[5][6][3]
Para Anderson, a violência que se seguiu à tentativa de golpe de setembro de 1965 e que levou Suharto a tomar o poder na Indonésia foi uma grande decepção. Ele disse "sentir-se como alguém que descobre que uma pessoa querida é uma assassina".[6] Ainda como estudante em Cornell, ele escreveu anonimamente, com Ruth T. McVey, um artigo que ficou conhecido como "Cornell Paper" e que desmentia a versão oficial do governo indonésio sobre o abortado golpe de 30 de setembro e o massacre que se seguiu.[5][6] O "Cornell Paper" circulou amplamente entre os dissidentes indonésios.[6] Tendo sido uma das duas testemunhas estrangeiras do farsesco julgamento do Secretário-Geral do Partido Comunista da Indonésia, Sudisman (1920 – 1968),[8] Anderson publicou, em 1971, uma versão traduzida do testemunho do réu.[9] Em consequência disso, Anderson foi expulso da Indonésia em 1972 e proibido de voltar ao país - restrição que se manteve até 1998, quando Suharto renunciou à presidência e foi substituído por B. J. Habibie.[5][6]
Benedict Anderson morreu durante o sono, no dia 13 de dezembro de 2015, vítima de um ataque cardíaco,[10] dois dias depois de uma conferência sobre Anarquia e Socialismo. Segundo seu filho adotivo, Wahyu Yudistira, Benedict Anderson não sofria de qualquer doença.[1]
A noção desenvolvida por Anderson acerca de nacionalidade vem, nos anos recentes, transformando-se em uma das ideias-força do pensamento contemporâneo. Tanto o desenvolvimento das Nações Unidas como os conflitos existentes e gerados pelas "subnações" e o fim das dinastias europeias e asiáticas, em proveito de uma unificação estatal e linguística, são evidências de que o nacionalismo é, certamente, reconhecido como uma moral hegemônica no mundo político atual.
Contudo, apesar da influência que o nacionalismo teve na sociedade contemporânea, Anderson acredita que suas origens conceituais são inadequadamente explicadas. Sua finalidade ao escrever Comunidades Imaginadas é, então, fornecer um fundo histórico para o emergente nacionalismo e seu desenvolvimento, evolução e recepção.
A grande contribuição da obra está em discutir o surgimento do nacionalismo, não enquanto resultado da transformação histórica europeia, mas como contribuição original dos países colonizados e asiáticos, rompendo assim com as interpretações eurocêntricas no estudo das nações.
Anderson define a nação como "(...) uma comunidade política imaginada - e imaginada como sendo intrinsecamente limitada e, ao mesmo tempo, soberana" (2008, p. 32). Para ele, a nação seria:[6][11]
Conceito apresentado por Anderson que visa investigar as relações entre o surgimento dos livros em línguas seculares e dos jornais ao surgimento do nacionalismo. Conceitualmente, o capitalismo editorial constitui-se na junção das possibilidades do capitalismo à tecnologia de imprensa, criando de modo incisivo uma homogeneidade na diversidade de línguas humanas. Essa homogeneidade é um indício de fronteiras linguísticas e cognitivas que viriam a consolidar-se enquanto alicerces para o surgimento da nação moderna.
Anderson assume as seguintes bases históricas para a concepção da nação imaginada:
Assim como os acontecimentos históricos permitiram a consciência do nacionalismo, a imprensa-capitalista facilitou tal processo, ampliando o mercado de livros e criando uma infinidade de campos de comunicação. Este fato que permitiu a consciência da existência de outros povos, linguagens, etc.
Anderson define "estados-crioulos" (as colônias do Novo Mundo) como comunidades que foram formadas e guiadas por pessoas que compartilhavam o idioma local mas que, ao mesmo tempo, tinham ascendência aqueles contra os quais lutavam pela independência. Ele afirma ainda que esses “estado-crioulos” foram dos primeiros a desenvolverem uma noção de nacionalidade, antes mesmo que esta florescesse na Europa. Citando exemplos na América do Norte e na América do Sul, Anderson dá algumas possíveis explicações para isso: o comando severo da Espanha gerou muitos conflitos na chamada América Espanhola. Outra razão seria a popularidade dos jornais, que reportavam tanto notícias do Novo Mundo quanto do Velho Mundo. Assim, a contraposição entre “nós” e “eles” teria fomentado a referida consciência nacional.