Bioetanol

Ao falar sobre Bioetanol, é impossível não ficar curioso para saber mais sobre esse assunto. Seja pela sua relevância histórica, pelo seu impacto na sociedade atual ou pela sua influência em diferentes aspectos da vida quotidiana, Bioetanol tem captado a atenção de pessoas de todas as idades e estilos de vida. Desde suas origens até sua relevância hoje, Bioetanol tem sido objeto de estudo e interesse de pesquisadores, acadêmicos e curiosos. Neste artigo iremos explorar diferentes aspectos relacionados a Bioetanol, bem como sua importância e relevância no contexto atual.

Bioetanol é o gênero que compreende todos os processos de obtenção de etanol cuja matéria-prima empregada seja a celulose - biomassa, como por exemplo a cana-de-açúcar, o milho e a celulose. É um tipo de biocombustível.[1]

O bioetanol

O avanço científico, particularmente nas ciências da vida, durante os últimos cinquenta anos foi extraordinário. Tal aspecto gerou novas tecnologias para produzir o etanol.[2]

As tecnologias de segunda geração para produção de etanol (bioetanol) são tecnologias diferentes para o produzir quando comparadas com a forma tradicional e secular de fazer álcool (fermentar o caldo dos vegetais que possuem açúcares). Essas tecnologias não utilizam os açúcares simples contidos na seiva, por exemplo, caldo da cana-de-açúcar, mas transformam a madeira (celulose) da planta em açúcares simples para posterior fermentação e produção de etanol. No caso da cana-de-açúcar, 1/3 da glicose produzida é disponibilizada na seiva do vegetal (caldo) e 2/3 são usados para síntese da celulose (1/3 no bagaço + 1/3 nas palhas e pontas). A celulose é um polissacarídeo formado, entre outros compostos, por 10.000 moléculas de glicose ligadas. Portanto, a maior parte da glicose sintetizada pelo vegetal é fixada na forma de celulose (Goldenberg, 2007)[3]

A hidrólise da celulose é uma das tecnologias de produção de etanol de segunda geração, ou bioetanol. Hidrolisar a celulose significa quebrar a estrutura molecular do bagaço da cana-de-açúcar (madeira) em açúcares simples, em outras palavras, transformar “a madeira da planta” em açúcares solúveis e passíveis de se transformarem em etanol pela ação de microrganismos.[4]

A hidrólise é o processo bioquímico que quebra a celulose em moléculas de glicose. A hidrólise da celulose pode ser realizada de várias formas, há saber, a rota enzimática, a rota ácida e a rota alcalina.[5]

Bioetanol no mundo

No Brasil ele é produzido em grande escala utilizando como matéria-prima a cana-de-açúcar. Há também a produção em outros países como os EUA e a França, que utilizam o milho e a beterraba, respectivamente.[6] Entretanto o processo brasileiro é o mais avançado, pois, para cada unidade de energia utilizada no processo, são geradas cerca de 8 unidades de energia na forma de etanol enquanto no processo americano essa relação é de cerca de 1 para 1,3 atualmente.[7] O processo francês alcança a marca de 1 para 1,5.

Além disso, no processo brasileiro começa a tornar-se cada vez mais comum a utilização do bagaço da cana, sobra do processo, para a geração de eletricidade.[8]

Criticas

Uma parte da sociedade é contrária à utilização de bioetanol, dizendo que a matéria-prima utilizada na fabricação poderia ser destinada para a alimentação de diversas pessoas. Os críticos afirmam também que os terrenos destinados à plantação da matéria-prima do bioetanol deveriam ser substituídos pelo cultivo de outros gêneros de alimento.[1][9]

Referências

  1. a b «Bioetanol. Obtenção e utilização do bioetanol». Brasil Escola. Consultado em 11 de julho de 2019 
  2. C. Matthew Rendleman; et al. (2007). «New Technologies in Ethanol Production» 
  3. Kersten, Wolfgang; Blecker, Thorsten; Herstatt, Cornelius (2007). Innovative Logistics Management: Competitive Advantages Through New Processes and Services (em inglês). : Erich Schmidt Verlag GmbH & Co KG. ISBN 9783503103997 
  4. Hidrólise, consultado em 11 de julho de 2019 
  5. «Bioethanol Production in Pulp and Paper Industry» (PDF). 2009 
  6. Hoang, Nam V.; Furtado, Agnelo; Botha, Frederik C.; Simmons, Blake A.; Henry, Robert J. (17 de novembro de 2015). «Potential for Genetic Improvement of Sugarcane as a Source of Biomass for Biofuels». Frontiers in Bioengineering and Biotechnology. 3. ISSN 2296-4185. PMC 4646955Acessível livremente. PMID 26636072. doi:10.3389/fbioe.2015.00182 
  7. Henry, Robert J.; Simmons, Blake A.; Botha, Frederik C.; Furtado, Agnelo; Hoang, Nam V. (2015). «Potential for Genetic Improvement of Sugarcane as a Source of Biomass for Biofuels». Frontiers in Bioengineering and Biotechnology (em inglês). 3. ISSN 2296-4185. doi:10.3389/fbioe.2015.00182 
  8. novaCana.com. «Vantagens da bioeletricidade do bagaço de cana para o Brasil». www.novacana.com. Consultado em 11 de julho de 2019 
  9. «The Case Against More Ethanol: It's Simply Bad for Environment». Yale E360 (em inglês). Consultado em 11 de julho de 2019 

Ver também

Bibliografia

  • GOLDENBERG J.. "Programa de bioenergia do estado de São Paulo". In: Conferência Nacional de Bioenergia. São Paulo, 2007. Org. Francisco Costa. USP – CCS – Coordenadoria de comunicação social, 2007.