Bispo

Hoje estamos nos preparando para entrar no emocionante mundo de Bispo. Seja uma figura histórica, um tema atual, um fenômeno social ou qualquer outro aspecto que chame a nossa atenção, Bispo sem dúvida tem um impacto significativo em nossas vidas. Ao longo deste artigo iremos explorar várias perspetivas, analisar dados relevantes e apresentar opiniões de especialistas de forma a compreender plenamente a importância e relevância de Bispo no contexto atual. Estamos entusiasmados em mergulhar neste tópico e descobrir tudo o que Bispo tem a nos oferecer.

 Nota: Para outros significados, veja Bispo (desambiguação).

Um bispo (do grego antigo επίσκοπος ou episcopos; e do latim episcopus: "inspetor", "diretor", "superintendente" ou, literalmente, "supervisor", de ἐπί (epi), sobre/super + σκοπος (skopos), vista, ou seja, "aquele que vê por cima, pelo alto, que supervisiona") é um título religioso presente em diversas confissões cristãs, tendo cada uma o seu conceito e suas tradições específicas.

É um membro ordenado do clero nas Igrejas Católica Romana, Ortodoxa, Anglicana e algumas Luteranas a quem é confiada uma posição de autoridade e supervisão. No Cristianismo, os bispos são normalmente responsáveis ​​pela governança e administração das dioceses. O papel ou ofício do bispo é chamado de episcopado.

Em certas denominações protestantes existe a episcopisa, embora no Brasil seja popularmente chamada de bispa.

Antes do Cristianismo, o termo episcopo era utilizado para designar todo tipo de administrador (melhor tradução) nos domínios civil, financeiro, militar e judiciário.

Terminologia

O termo bispo deriva da palavra grega ἐπίσκοπος, epískopos, que significa "supervisor"; o grego era a língua da Igreja cristã primitiva. No entanto, o termo epískopos não se originou no Cristianismo. Na literatura grega, o termo foi usado por vários séculos antes do advento do Cristianismo. Mais tarde, ele se transformou no latim episcopus e, por último, bispo.

No início da era cristã, o termo nem sempre era claramente distinguido de presbýteros (literalmente: "ancião"), mas é usado no sentido da ordem ou ofício de bispo, distinto daquele de presbítero, nos escritos atribuídos a Inácio de Antioquia (falecido por volta de 110).

História

Batismo de Agostinho de Hipona por Ambrósio, bispo de Milão. (pintura de Gozzoli, século XV)

Primeiros séculos

A primeira organização da Igreja em Jerusalém foi, de acordo com a maioria dos estudiosos, semelhante à das sinagogas judaicas, mas tinha um conselho ou colégio de presbíteros ordenados (πρεσβύτεροι, 'anciãos'). Em Atos 11:30  e Atos 15:22, um sistema colegiado de governo em Jerusalém é presidido por Tiago, o Justo, segundo a tradição, o primeiro bispo da cidade. Em Atos 14:23,  o apóstolo Paulo ordena presbíteros em igrejas na Anatólia. A palavra presbítero ainda não era distinguida de supervisor (ἐπίσκοπος , episkopos, mais tarde usada exclusivamente para significar bispo), como em Atos 20:17,  Tito 1:5–7 e 1 Pedro 5:1. Os primeiros escritos dos Padres Apostólicos, a Didaquê e a Primeira Epístola de Clemente, por exemplo, mostram que a Igreja usava dois termos para os ofícios da igreja local — presbíteros (visto por muitos como um termo intercambiável com episkopos ou supervisor) e diácono.

Na Primeira Epístola a Timóteo e na Epístola a Tito no Novo Testamento, um episcopado mais claramente definido pode ser visto. Ambas as cartas afirmam que Paulo havia deixado Timóteo em Éfeso e Tito em Creta para supervisionar a igreja local. Paulo ordena a Tito que ordene presbíteros/bispos e exerça supervisão geral.

As fontes antigas não são claras, mas vários grupos de comunidades cristãs podem ter tido o bispo cercado por um grupo ou colégio que funcionava como líderes das igrejas locais. Eventualmente, o bispo chefe ou "monárquico" passou a governar mais claramente,  e todas as igrejas locais acabariam por seguir o exemplo das outras igrejas e estruturar-se-iam segundo o modelo das outras, com um bispo numa responsabilidade mais clara,  embora o papel do corpo de presbíteros permanecesse importante.

Eventualmente, conforme a cristandade cresceu, os bispos não mais serviam diretamente às congregações individuais. Em vez disso, o bispo metropolitano (o bispo em uma cidade grande) nomeou padres para ministrar cada congregação, agindo como delegado do bispo.

Padres apostólicos

Por volta do final do século I, a organização da igreja tornou-se mais clara em documentos históricos. Nas obras dos Padres Apostólicos, e de Inácio de Antioquia em particular, o papel do episkopos, ou bispo, tornou-se mais importante ou, melhor, já era muito importante e estava sendo claramente definido. Enquanto Inácio de Antioquia oferece a primeira descrição clara de bispos monárquicos (um único bispo sobre todas as igrejas domésticas em uma cidade)  ele é um defensor da estrutura monepiscopal em vez de descrever uma realidade aceita. Para os bispos e igrejas domésticas para os quais ele escreve, ele oferece estratégias sobre como pressionar as igrejas domésticas que não reconhecem o bispo a obedecer. Outros escritores cristãos contemporâneos não descrevem bispos monárquicos, continuando a igualá-los aos presbíteros ou falando de episkopoi (bispos, plural) em uma cidade.

À medida que a Igreja continuou a se expandir, novas igrejas em cidades importantes ganharam seu próprio bispo. Igrejas nas regiões fora de uma cidade importante eram servidas por corebispos, uma categoria oficial de bispos. No entanto, logo, presbíteros e diáconos foram enviados pelo bispo de uma igreja da cidade. Gradualmente, padres substituíram os corebispos. Assim, com o tempo, o bispo deixou de ser o líder de uma única igreja confinada a uma área urbana para ser o líder das igrejas de uma determinada área geográfica.

Clemente de Alexandria (final do século II) escreve sobre a ordenação de um certo Zaqueu como bispo pela imposição das mãos de Simão Pedro Bar-Jonas. As palavras bispo e ordenação são usadas em seu significado técnico pelo mesmo Clemente de Alexandria.  Os bispos no século II são definidos também como o único clero a quem a ordenação ao sacerdócio (presbiterato) e ao diaconato é confiada: "um padre (presbítero) impõe as mãos, mas não ordena." (cheirothetei ou cheirotonei).

No início do século III, Hipólito de Roma descreve outra característica do ministério de um bispo, que é o do "Spiritum primatus sacerdotii habere potestatem dimittere peccata": o primado do sacerdócio sacrificial e do poder de perdoar pecados.

Igrejas cristãs

Igreja Latina

Modelo do brasão de armas de um Bispo Católico
Bispo católico romano.

O apóstolo Pedro, para o cristianismo católico, foi o primeiro bispo e primeiro Papa da igreja em Roma. Os bispos católicos são os sucessores dos apóstolos, recebendo com a ordenação episcopal a missão de santificar, ensinar e governar, a eles confiada no âmbito de uma circunscrição definida (diocese, arquidiocese ou prelazia).

O episcopado é o último e supremo grau do sacramento da ordem. O bispo é também a autoridade máxima da igreja particular local em jurisdição e magistério.

Bispos Católicos Romanos utilizando a tradicional veste coral violácea.

Aos bispos compete ministrar o sacramento da ordem de modo exclusivo e também, na Igreja Latina, o sacramento do crisma. Ordenar presbíteros e diáconos, bem como conferir ministérios são funções exclusivas do bispo.

Conforme o Código de Direito Canônico, "os bispos que, por divina instituição, sucedem aos apóstolos, são constituídos, pelo espírito que lhes foi conferido, pastores na Igreja, a fim de serem também eles mestres da doutrina, sacerdotes do culto sagrado e ministros do governo." (Cân. 375 §1)

Os bispos católicos apõem ao respectivo brasão de armas a cruz episcopal e o capelo verde de 12 borlas. Além disso, em suas dioceses é comum ao presidirem missas a utilização do báculo (popular cajado do bispo católico que representa sua função de pastor perante ao rebanho que são os fiéis), da mitra (popular chapéu do bispo que representa o capacete contra os adversários da verdade) e do solidéu.

Os pré-requisitos para um padre ser bispo são: fé sólida eminente; piedade; zelo; boa reputação; ao menos 35 anos de idade; sacerdote ao menos há cinco anos; e mestrado ou doutorado em área teológica.

Tornar-se bispo, porém, ocorre com uma minoria, escolhida, na atual disciplina da Igreja, pelo Papa com auxílio da Congregação para os Bispos.

Igrejas Orientais

Bispos ortodoxos concelebrando.

As igrejas orientais, quer as católicas (ligadas ao papa) quer as ortodoxas, possuem exatamente o mesmo conceito de episcopado que a Igreja Católica. O bispo que governa uma diocese é chamado de eparca. As Igrejas ortodoxas orientais não reconhecem as ordenações da Igreja Católica Romana como válidas.

Igreja Anglicana

Bispo Trevor Williams com vestes episcopais anglicanas.

A Igreja Anglicana manteve as ordens históricas da Igreja Cristã Católica, antes da separação do século XVI: diáconos, presbíteros e bispos. Um novo bispo é sagrado por imposição de mãos de outros três bispos, cuja sucessão apostólica pode ser traçada de forma similar aos das igrejas Católica e Ortodoxas, embora a primeira não reconheça as ordens anglicanas, por entender que o Ordinal Eduardiano não conservou a forma devida e a sucessão se quebrou a partir do Revmo. Matthew Parker. Os anglicanos alegam que, mais importante que a rubrica, é o ato da imposição de mãos por outros bispos com sucessão apostólica, e que as palavras ditas na cerimônia de sagração mudaram tanto ao longo dos tempos que a alegação dos católicos não procede. No entanto, os Ortodoxos concordam com os católicos quanto à invalidade das ordenações anglicanas, por corrupção do ritual. A maioria dos anglicanos veem a sucessão apostólica como uma sucessão de pastores principais num padrão de liderança que remota ao tempo dos apóstolos e que evoluiu através dos séculos até atingir a sua forma atual.

O episcopado, adaptado à sua realidade histórica, com parte integrante da Tradição apostólica, faz parte da essência da Igreja, sendo um dos seus fundamentos juntamente com as Escrituras, o credo e os sacramentos.

Para os anglicanos o bispo é o pastor principal da Igreja, exercendo sua atividade na jurisdição de uma diocese (menor expressão da Igreja), tendo como seu papel apostólico a proclamação e o ensino, o provimento dos Sacramentos e a supervisão e liderança administrativa da Igreja.

O bispo é também símbolo de unidade, entre as comunidades de uma diocese e entre a diocese e toda a Igreja.

Na Igreja Episcopal Anglicana do Brasil os bispos são eleitos pelo clero e povo. Nas dioceses autônomas a eleição acontece na assembleia máxima diocesana - o concílio, nas dioceses missionárias, a eleição ocorre na reunião da igreja a nível nacional que acontece de três em três anos, chamada de sínodo. Com o propósito de manter a unidade, os bispos eleitos em concílios necessitam da aprovação da maioria dos bispos e dioceses.

Igreja Luterana

Na Igreja Luterana da Alemanha, Suécia, Dinamarca, Noruega, Polônia, Finlândia o regime episcopal foi mantido. Homens e mulheres são eleitos pelos sínodos e aprovados pelo parlamento (no caso da Dinamarca, Noruega, Finlândia e até recentemente Suécia) e são sagrados bispos. As denominações luteranas do Brasil não possuem bispos.

A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias

O Bispo em A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias é o líder não-remunerado de uma congregação local, conhecida como ala. Este ofício faz parte do Sacerdócio Aarônico e envolve responsabilidades espirituais e sociais similares às de um pastor ou sacerdote em outras denominações cristãs.

Ele lidera reuniões sacramentais semanais, coordena as atividades dos auxiliares da ala, e garante a correta realização de ordenanças religiosas, como batismos e bênçãos. Ele também realiza entrevistas para recomendações de templo, aconselhamento espiritual e emissão de chamados para serviço na ala.

Notas

  1. “Parece que a princípio os termos ‘episcopos’ e ‘presbítero’ eram usados ​​indistintamente...”
  2. "O consenso geral entre os estudiosos é que, na viragem do primeiro e segundo séculos, as congregações locais eram lideradas por bispos e presbíteros cujos cargos eram sobrepostos ou indistinguíveis."

Ver também

Referências

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Ligações externas