Cantigas de Santa Maria

Aspeto mover para a barra lateral ocultar Alfonso X com a sua corte poética-musical

As Cantigas de Santa Maria são um conjunto de quatrocentas e vinte e sete composições em galego-português, que no século XIII era a língua fundamental da lírica culta em Castela. Encontram-se repartidas em quatro manuscritos, um deles na Biblioteca Nacional da Espanha (Codex To, por Toledo), dois no Escorial (Codex E e T) e o quarto em Florença (Codex F).

Cantiga 100:
Santa Maria, Strela do Dia
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Autoria

Existem dúvidas sobre a autoria direta do Rei Afonso X, o Sábio, mas há pouca dúvida acerca de sua participação direta como compositor em muitas delas. Walter Mettmann, autor duma edição crítica dos textos das Cantigas, crê que muitas delas podem ser atribuídas ao poeta e trovador galego Airas Nunes, e que Afonso X teria escrito oito ou dez delas.

Códices

Ilustração do Códice E das "Cantigas de Santa Maria".

Das Cantigas de Santa Maria há quatro códices conservados, procedentes todos eles da própria corte do rei Afonso X.

Fontes

A coleção de cantigas alfonsinas deriva primariamente de fontes escritas. As mais importantes são as coleções latinas de milagres da Virgem, embora se possam seguir os rastos de uma ou duas fontes em língua românica.

Quanto às fontes da literatura oral, se tem de levar em conta os contos de milagres do folclore da Península Ibérica e alemão, pois esta era a origem da mãe de Afonso X, Beatriz da Suábia, neta do imperador Frederico I, e até mesmo as experiências pessoais do rei. Estes exemplos do próprio autor têm o seu paralelo nos exempla dos sermões populares dos predicadores, que relatavam casos supostamente autobiográficos para aumentar o interesse narrativo.

Classificação

As Cantigas de Santa Maria podem se dividir em dois grupos:

Transcendência

Do ponto de vista da história da música, é considerada como a coleção de música cortesã monódica mais importante do século XIII. Afonso X herdou de seu pai Fernando III a sua Capela musical, a qual reunia intérpretes e compositores de várias culturas e que fizeram parte da corte alfonsina, bem como a sua Escola de tradutores ou scriptorium régio. Deles aparece rodeado em algumas das ilustrações dos manuscritos das cantigas.

As melodias estão tomadas da monódia gregoriana, da lírica popular e das canções dos trovadores, e adotam na sua maioria a forma de rondó, com um refrão musical que se repete depois das glosas.

Os códices da Biblioteca do Escorial estão enfeitados com profusão de iluminuras, nas quais se apreciam os instrumentos do século XIII: organistrum, saltério, alaúde, viola de arco, rabeca, cítara, harpa, trompa, trombeta, castanholas, cornamusas, dulzainas e muitos outros. Também se pode observar o modo de execução destes instrumentos.

Cantiga de Santa Maria 100, partitura pdf texto. Cantiga de Santa Maria 257, partitura pdf texto. Cantiga de Santa Maria 328, partitura pdf texto. Cantiga de Santa Maria 345, partitura pdf texto. Cantiga de Santa Maria 371, partitura pdf texto.

Ver também

Referências

  1. METTMANN, Walter (1986)
  2. Cfr. pág 25 de MONTOYA MARTÍNEZ (1988).
  3. RIBERA TARRAGÓ, 1922.

Bibliografia

Ligações externas