Neste artigo exploraremos o fascinante mundo de Doença, um tema que tem chamado a atenção de pessoas de todas as idades e interesses. Do seu impacto na sociedade às suas implicações na cultura popular, Doença continua a ser um tema relevante e em constante evolução no mundo contemporâneo. Ao longo destas páginas examinaremos sua história, suas diferentes perspectivas e sua influência em diferentes áreas. Junte-se a nós nesta jornada para descobrir tudo o que Doença tem a oferecer e enriquecer nosso conhecimento sobre este tópico interessante.
Uma doença é uma situção clínica anormal específica que afeta negativamente o organismo e a estrutura ou função de parte de ou de todo um organismo, e que não é causada por um trauma físico externo. Doenças são frequentemente interpretadas como situações clínicas associadas a sintomas e sinais específicos. Uma doença pode ser causada por fatores externos tais como agentes patogénicos ou por disfunções internas. Pode se entender que doença é a apresentação de anormalidades na estrutura e no funcionamento de um organismo, afetando-o de forma negativa. Por exemplo, disfunções internas do sistema imunológico podem produzir uma variedade de diferentes doenças, inclusive várias formas de imunodeficiência, hipersensibilidade, alergias e desordens ou transtornos autoimunes.
Em humanos, doença é frequentemente usada amplamente para se referir a qualquer situação que causa dor, disfunção, desconforto, sentimento de incapacidade, anormalidades negativas e problemas sociais ou morte à pessoa afligida, ou problemas similares àqueles em contacto com a pessoa. Neste sentido mais amplo, às vezes inclui traumas físicos, deficiências, transtornos, síndromes, infeções, sintomas isolados, comportamentos anormais e variações atípicas de estruturas e funções, enquanto em outros contextos e para outros propósitos podem ser consideradas categorias distinguíveis. Doenças podem não somente afetar pessoas fisicamente, como também mentalmente, como a contração e a convivência com uma doença podem alterar a perspetiva de vida de uma pessoa afetada.
conceito do senso comum: a palavra tem em linguagem quotidiana diferentes significados, muitas vezes distintos do significado médico;
conceito jurídico: doenças dão a seus portadores determinados direitos (ex. não ir ao trabalho) e implica deveres para várias instituições (seguros de saúde, previdência social, empregador);
conceito social: ser "doente" implica um determinado papel social que provoca em outras pessoas compaixão, atenção, apoio; além disso certos tipos de comportamento geralmente indesejáveis são aceitos (resmungar, não participar de atividades sociais);
conceito acional (Handlungsbegriff): ter uma doença conduz a um determinado tipo de comportamento e a determinadas ações (procurar um médico, tratamento);
conceito profissional: a classificação de um fenômeno como doença implica que somente algumas classes profissionais podem realizar seu tratamento
Conceito médico
Por ter tantos usos e significados diferentes faz-se necessária uma definição pelo uso científico do termo. O conceito de doença compõem-se, segundo Häfner (1981,[2] 1983[3]), de dois componentes:
o distúrbio de funções, grupos de funções ou de sistemas interpessoais;
o estado não é proposital – "doença" implica incapacidade. Além disso ele é formado em diferentes níveis:
a manifestação;
o desenvolvimento da doença, que caracteriza o "estar doente" (Kranksein);
o conhecimento dos órgãos afetados e do contexto patológico, de forma a se compreender como os primeiros níveis se influenciam mutuamente;
o conhecimento das causas do contexto patológico.
Somente quando todos esses níveis são conhecidos pode-se falar de nosologia.
Conceito bio-psicossocial
O conceito de doença descrito acima é o chamado "conceito médico". Ele localiza a doença dentro do indivíduo e a define como um fenômeno isolado, com causas biológicas e muitas vezes a ser tratado com medicamentos. Críticas contra esse conceito foram levantadas por várias ciências sociais (sociologia, antropologia, ciências da saúde, psicologia da reabilitação, etc.): uma doença não influencia somente o indivíduo, mas todas as pessoas que estão em contato com ele (família, amigos); além disso ela tem não apenas consequências biológicas, mas sociais (isolamento, preconceito, estereotipificação, etc.) e provocam muitas vezes mudanças no sistema social. Por isso se fala hoje de um conceito bio-psicossocial, ou seja uma doença deve ser vista sob diferentes pontos de vista, de acordo com os diferentes fatores que a influenciam:[4]
fatores biológicos – como a predisposição genética e os processos de mutação que determinam o desenvolvimento corporal em geral, o funcionamento do organismo e o metabolismo, etc.;
fatores psicológicos – como preferências, expectativas e medos, reações emocionais, processos cognitivos e interpretação das percepções, etc.;
fatores socioculturais – como a presença de outras pessoas, expectativas da sociedade e do meio cultural, influência do círculo familiar, de amigos, modelos de papéis sociais, etc.
A literatura sobre sociologia médica em língua inglesa costuma diferenciar esses diferentes aspectos da doença com o uso de três termos distintos (que no inglês quotidiano são usadas como sinônimos):[5]
disease é a parte médica e técnica;
illness refere-se à experiência pessoal da pessoa doente;
sickness refere-se ao aspecto social e relacional da doença.
A obesidade foi um símbolo de status na cultura do Renascimento: O General Toscano Alessandro del Borro, obra atribuída a Andrea Sacchi, 1645.[6] É agora geralmente considerada como uma doença.
↑Häfner, H. (1981). "Der Krankheitsbegriff in der Psychiatrie". In: R. Degwitz & H. Sidow (Hrsg.), Zum umstrittenen psychiatrischen Krankheitsbegriff. Standorte der Psychiatrie Bd. 2, München: Urban & Schwarzenberg, p. 16-54.
↑Häfner, H. (1983). "Allgemeine und spezielle Krankheitsbegriffe in der Psychiatrie". Nervenarzt, 54, 231-238.
↑Myers, David G. (2008). Psychologie. Heidelberg: Springer.
↑Schweitzer, Jochen & Schlippe, Arist von (2006). Lehrbuch der systemischen Therapie und Beratung. Band: 2, Das störungsspezifische Wissen. Göttingen: Vandenhoeck & Ruprecht.
Myers, David G. (2008). Psychologie. Heidelberg: Springer. ISBN 978-3-540-79032-7 (Original: Myers (2007). Psychology, 8th Ed. New York: Worth Publishers.)
Schweitzer, Jochen & Schlippe, Arist von (2006). Lehrbuch der systemischen Therapie und Beratung. Band: 2, Das störungsspezifische Wissen. Göttingen: Vandenhoeck & Ruprecht. ISBN 3-525-46256-5
Antonovsky, A. (1979). Health, stress, and coping: new perspectives on mental and physical well-being. San Francisco: Jossey-Bass.
Aron, E., & Aron, A. (1987). The influence of inner state on self-reported long term happiness. Journal of Humanistic Psychology, 27, 248-270.
Blaxter, M. (1990). Health and Lifestyles. London: Tavistock.
Breslow, L. (1987). Some fields of application for health promotion and disease prevention. In T. Abelin, Z.J. Brzezinski, & D.L. Carstairs (Eds.), Measurement in health promotion and protection (Nº 22, pp. 47–60). Copenhagen: World Health Organization Regional Office for Europe.
Calnan, M. (1987). Health and Illness: The lay perspective. London: Tavistock.
Cornwell, J. (1984). Hard-Earned Lives: Accounts of health and illness from East London. London: Tavistock.
Dean, K. (1990). Nutrition education research in health promotion. Journal of the Canadian Dietetic Association, 51(4), 481-484.
Diener, E. (1984). Subjective Well-being. Psychological Bulletin, 95 (3), 542-575.
Dubos, R. (1980). Man adapting. New Haven: Yale University Press.
Engel, G.L. (1977). The need for a new medical model: a challenge for biomedicine. Science, 196, 129-136.
Goodstadt, M.S., Simpson, R.I., & Loranger, P. (1987). Health promotion: a conceptual integration. American Journal of Health Promotion, 1 (3), 58-63.
Helman, C. (1978). Feed a cold and starve a fever: Folk models of infection in na English suburban community, and
Herzlich, C. (1973). Health and Iillness: A Social-Psychological Analysis. New York: Academic Press.
Kaplan, R. (1984). The connection between clinical health promotion and health status. American Psycholgy, 39 (7), 755-765.
Laderman, C. (1987). The ambiguity of symbols in the structure of healing. Social Science and Medicine, 24, 293-301.
Lalond, M. (1974). A new perspective on the health of Canadians. Ottawa; Minister of National Health and Welfare.
Mayer, E. (1988). Toward a New Philosophy of Biology. Cambridge: Harvard University Press.
McIntyre, T.M. (1994). A psicologia da saúde: Unidade na diversidade. In T.M. MacIntyre (Ed.), Psicologia da saúde: áreas de intervenção e perspectivas futuras (pp. 17–32). Braga: APPORT.
McQueen, D. (1987). A research programme in lifestyle and health: methodological and theoretical considerations. Revue of Epidémiology et Santé Publique, 35, 28-35.
Ramos, V. (1988). Prever a medicina das próximas décadas: Que implicações para o planeamento da educação médica?. Acta Médica Portuguesa, 2, 171-179.