No artigo de hoje vamos nos aprofundar no tema Ebô, assunto que tem gerado debate e polêmica nos últimos tempos. Desde as suas origens até a atualidade, Ebô tem sido objeto de estudo de especialistas da área, que dedicaram inúmeras horas de pesquisa ao seu entendimento. Ao longo deste artigo examinaremos diferentes aspectos relacionados a Ebô, desde seu impacto na sociedade até as possíveis soluções e alternativas que foram propostas. É nosso objetivo fornecer uma visão holística e completa de Ebô, oferecendo ao leitor uma análise detalhada e rigorosa que permita uma compreensão profunda deste tema tão relevante nos dias de hoje.
Prato com ebô | |
País | Brasil, países africanos |
Região | África |
Ingrediente(s) principal(is) |
milho branco |
Variações | milho branco cozido, e mel |
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Ebô[1] é um prato de origem africana preparado com milho branco cozido sem tempero. É uma comida sagrada sendo comum sua oferta e uso nos rituais das religiões de origem africana como o Candomblé, Tambor de Mina, Xangô do Nordeste, Batuque, Umbanda, não deve ser confundido com Ebó que no Candomblé pode ou não envolver o sacrifício.[2] O ebô é a comida de Oxalá.[3]
O milho-branco (chamado «àgbàdo funfun»[4], «ebô», "milho de canjica") é um grão muito importante para o povo do santo. Seu preparo e forma de utilização nos rituais de oferendas envolvem preceitos bem rígidos, que nunca podem deixar de ser considerados pelos seguidores do Candomblé.
Todos os orixás, de Exu a Oxalá e até mesmo os ancestrais, recebem oferenda à base desse grão. Todas as cerimônias, do ebó mais simples aos mais sofisticados, em rituais de iniciação, de passagem, ritos de vida e de morte (axexê), em tudo mais que ocorra em uma casa de candomblé, só acontece com a presença do milho-branco.
A pasta branca desse milho depois de pilado ou moído chama-se "eko",[5] o mingau chama-se «denguê», depois de moído e cozido e envolvida na folha de bananeira verde chama-se "akasa".[5] Os grãos cozidos só na água chamam-se "egbô".[6] Já o moído e cozido, envolvido em palha de bananeira seca chama-se «aberem». Os grãos recheados com cebola, camarão, azeite doce e dendê chamam-se «dibô», e os inteiros cozidos com coco e açúcar chamam-se «mukunza».
Toda oferenda com milho-branco restitui e redistribui o axé, por ser o grande elemento apaziguador, que arranca a morte, a doença, a pobreza e outras mazelas do seio da vida, tornando-se portanto a comida predileta de todos os orixás.
A oferenda a base de milho-branco tem um valor inestimável no candomblé. O grande fundamento é que, em todos os rituais, por menor que este seja, alguma comida com milho-branco deve estar presente, seja ela em forma de «ebô», «akasa», «aberem», «dibô», «denguê», que possibilita paz, alegria e longevidade.
Oferecer milho-branco à cabeça, chamado de bori, é de vital importância ao candomblé, pois é esse ritual que mantém todo povo do santo de pé e totalmente equilibrado.
Câmara Cascudo em sua Antologia da Alimentação no Brasil[7][8] descreve a palavra ebó ou ebô como sendo variação uma da outra, sendo feito com feijão-fradinho, torrado[8] ou não, posto a coser junto com milho, depois de cozido é temperado com sal e azeite de dendê. Há ainda o Ebô de Oxalá é somente milho branco sem sal e o Ebô de Iemanjá de milho branco temperado com cebola, camarão e azeite de dendê.[7] Porém, outros autores distinguem as palavras com significados separados[1]