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Geografia de Moçambique | |
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Mapa de Moçambique | |
Localização | |
Continente | África |
Região | África Austral |
Coordenadas | 10°-27° S, 30°-41° E |
Área | |
Posição | 34.º maior |
Total | 801 590 |
Fronteiras | |
Total | |
Países vizinhos | Essuatíni, África do Sul, Zimbabué, Malawi, Zâmbia e Tanzânia |
Reivindicações marítimas | |
Mar territorial | 12 milhas |
Zona econômica exclusiva | 200 milhas |
Moçambique é um país da costa oriental da África Austral que tem como limites: a norte, a Tanzânia; a noroeste, o Malaui e a Zâmbia; a oeste, o Zimbabué, a África do Sul e o Essuatíni; a sul, a África do Sul; a leste, a secção do Oceano Índico designada por Canal de Moçambique.
No Canal de Moçambique, os vizinhos são Madagáscar e as Comores (incluindo a possessão francesa de Mayotte). No Oceano Índico, para leste da grande ilha de Madagáscar, situam-se as dependências de Reunião, Juan de Nova e Ilha Europa. No Canal de Moçambique, sensivelmente a meia distância entre o continente e Madagáscar, o atol de Bassas da Índia, igualmente possessão francesa.
A capital de Moçambique é Maputo (Lourenço Marques durante a dominação portuguesa).
A metade norte (a norte do rio Zambeze) é um grande planalto, com uma pequena planície costeira bordejada de recifes de coral, limitando no interior com maciços montanhosos pertencentes ao sistema do Grande Vale do Rift. A metade sul é caracterizada por uma larga planície costeira de aluvião, coberta por savanas e cortada pelos vales de vários rios, o mais importante dos quais é o rio Limpopo.
Moçambique está dividido em onze províncias, sendo uma delas uma área urbana com estatuto provincial. As províncias são as seguintes, de norte para sul e de oeste para este: Niassa (capital: Lichinga, ex-Vila Cabral); Cabo Delgado (capital: Pemba, ex-Porto Amélia); Nampula (capital: Nampula); Zambézia (capital: Quelimane); Tete (capital: Tete); Manica (capital: Chimoio, ex-Vila Pery); Sofala (capital: Beira); Inhambane (capital: Inhambane); Gaza (capital: Xai-Xai, ex-João Belo); Maputo (capital: Matola).
A área urbana com estatuto provincial é a cidade do Maputo (ex-Lourenço Marques), capital do país. Geograficamente, esta área urbana situa-se em pleno território da província do Maputo.
Maputo é a capital e, simultaneamente, a maior cidade de Moçambique. Designada Lourenço Marques desde a sua fundação e durante todo o período da soberania portuguesa, mudou de nome em 1976, pouco depois da independência.
Outras cidades importantes: Nampula, Beira, Nacala, Quelimane, Pemba, Tete. Na periferia oeste da cidade do Maputo, destaca-se a cidade-satélite da Matola. Isoladamente, a Matola seria a segunda cidade mais populosa de Moçambique, mas integra-se na mancha urbana do Maputo.
Por conseguinte, excluindo a Matola da categoria de centro urbano propriamente dito, a segunda cidade de Moçambique é Nampula, que, demograficamente, ultrapassou a Beira na viragem do século XX para o século XXI.
O património histórico mais notável de Moçambique concentra-se nos seguintes locais:
— Ilha de Moçambique, na baía do Mossuril, ao largo da localidade do Lumbo, no litoral da província de Nampula (zona setentrional do país);
— Parte antiga da cidade de Inhambane, capital da província do mesmo nome (zona meridional do país);
— Baixa da cidade do Maputo (zona meridional do país);
— Ilha do Ibo, outrora entreposto de escravos, no arquipélago das Quirimbas (hoje parque natural, no litoral da província de Cabo Delgado).
A Ilha de Moçambique deu o nome à totalidade do território, do qual foi capital até 1898 (ano em que a sede do governo colonial passou para Lourenço Marques). Em 1991, a UNESCO inscreveu-a na lista do Património Mundial da Humanidade. De entre vários monumentos, destacam-se a Capela de Nossa Senhora do Baluarte, em estilo manuelino, e a Fortaleza de S. Sebastião, expressivos exemplares de arquitetura colonial portuguesa que datam do século XVI (poucas décadas depois da passagem de Vasco da Gama, o primeiro europeu que circum-navegou o extremo meridional da África). O Palácio de S. Paulo ou Palácio dos Capitães-Generais é igualmente notável. A chamada «cidade de pedra» conta com diversas igrejas centenárias, além de edifícios residenciais e comerciais em estilo português, com influências indostânicas.
As influências indostânicas observam-se igualmente na parte antiga da cidade de Inhambane e na Baixa do Maputo.
A grande extensão do território, principalmente na direção S-N (pouco menos de dois mil quilómetros em linha reta), e a dispersão dos centros urbanos são dois fatores que, desde sempre, dificultaram as comunicações terrestres em Moçambique, levando, consequentemente, ao desenvolvimento de um número relativamente elevado de portos de mar durante a primeira metade do século XX.
De norte para sul, podem citar-se os seguintes: Mocímboa da Praia, Pemba, Nacala, Ilha de Moçambique, Angoche (ex-António Enes), Moma, Pebane, Quelimane, Chinde, Beira, Inhambane e Maputo.
O porto do Maputo é o maior de Moçambique e um dos mais importantes da África Oriental.
As mesmas razões (grande extensão do território e dispersão dos centros urbanos) levaram igualmente à construção de uma rede de aeroportos e aeródromos, com particular incidência na segunda metade do século XX.
Quase todas as capitais de província dispõem de pistas capazes de receber as maiores aeronaves comerciais a jato (as exceções são o Xai-Xai, Inhambane e o Chimoio). Esta rede é complementada por diversos aeródromos de menores dimensões.
A companhia aérea nacional, LAM-Linhas Aéreas de Moçambique (designação adotada depois da independência, em 1975), resulta da remodelação da DETA-Direção de Exploração dos Transportes Aéreos, uma empresa criada em 1936 pelo governo português que, além de carreiras internas, começou desde logo a efetuar voos para a África do Sul e para a antiga Federação da Rodésia e Niassalândia (os atuais Zimbabué, Zâmbia e Malaui).
A construção de linhas de caminho-de-ferro em Moçambique obedeceu muito mais a uma lógica de abastecimento e escoamento dos territórios e países vizinhos sem acesso direto ao mar do que a uma lógica de interligação e serviço interno.
Assim, o nó ferroviário sediado em Lourenço Marques tinha como principal destino o grande centro urbano e industrial de Joanesburgo, na África do Sul, via Moamba e Ressano Garcia (atual Incomáti).
Um outro ramal seguia da capital para norte e noroeste, via Vila Luísa (atual Marracuene), Manhiça, Magude e Trigo de Morais (atual Chokwé ou Chókwè), até à Rodésia do Sul (Zimbabué), através do posto fronteiriço da Malvérnia (atual Chicualacuala).
A mesma lógica esteve na base da construção do Caminho-de-Ferro da Beira, que, partindo do segundo porto marítimo de Moçambique (e, durante a maior parte do século XX, também a sua segunda cidade, hoje ultrapassada a nível demográfico por Nampula), seguia até Vila Pery (atual Chimoio) e Macequece (posteriormente Vila de Manica), passando então pelo posto fronteiriço da Machipanda, rumo à capital da Rodésia do Sul, Salisbúria (atual Harare).
No Dondo, cerca de 30 km a noroeste da Beira, a linha divide-se, com um ramal para norte, via Inhaminga, ao longo da parte setentrional da província de Sofala, até Caia (antiga Vila Fontes), na margem direita do Zambeze. Do nó de Inhamitanga, entre Inhaminga e Caia, parte um ramal secundário para Marromeu, a leste, e daí um outro para a atual Caia, de modo que Inhamitanga, Marromeu e Caia são os vértices de um triângulo ferroviário.
Caia constitui um entroncamento entre a linha proveniente da Beira, a sul, a linha proveniente de Marromeu, a sueste, e uma outra proveniente de Tete, a noroeste (esta última escoa o carvão das jazidas de Moatize, na província de Tete, via Sena e Mutarara).
Na região Norte, há uma linha ferroviária que atravessa toda a província de Nampula e a parte meridional da província do Niassa, para penetrar no Malaui entre os lagos Chirua e Chiuta. Na extremidade oriental, tem início em dois ramais distintos, um a partir do porto de Nacala, o outro a partir de Mossuril, os quais se juntam no nó de Monapo e seguidamente servem Meconta, Nampula, Ribaué, Entre-Rios e, já na província do Niassa, Cuamba (ex-Nova Freixo).
Não há ligação entre estes grandes eixos ferroviários.
A curta linha de cerca de 100 km entre Inharrime e a capital da província de Inhambane, bem como a linha de Quelimane a Mocuba, na província da Zambézia, ambas sem continuidade para outros pontos de Moçambique, não quebram a característica descoordenação interna da rede ferroviária. A título de exemplo: se um passageiro pretendesse ir do Maputo até à Beira, só poderia fazê-lo com escala em Harare, capital do Zimbabué (embarcaria no Maputo pelo ramal norte, até Chicualacuala, na fronteira, seguiria até Harare e, aí, tomaria o caminho-de-ferro da Beira, via Manica, Chimoio e Dondo).
Em latitude, Moçambique tem por limites aproximados os paralelos 10° S e 27° S, situando-se, pois, maioritariamente, na Zona Tórrida. Apenas uma pequena porção do seu território, onde está localizada a capital, fica para sul do Trópico de Capricórnio (23° 26’ 14,440” de latitude sul), ou seja, na Zona Temperada do Sul.
Em plena África Austral, frente ao oceano Índico, que aqui toma o nome de Canal de Moçambique, o país tem uma forma longilínea, mais larga a norte mas acentuadamente estreita a sul (a «cauda de Moçambique»). No que toca à longitude, os seus limites são os meridianos 30° E e 41° E.
No terço setentrional, a província de Tete forma uma grande protuberância com orientação de SE para NW, intrometida entre o Malaui, a Zâmbia e o Zimbabué.
O maior lago de Moçambique, que o país partilha com a Tanzânia e com o Malaui, é o Niassa (conhecido nos países de língua inglesa como Lake Malawi). De forma alongada na direção S-N, tem um comprimento máximo de 580 km e uma largura máxima de 75 km. Situa-se na ponta noroeste do país, no extremo meridional do Vale do Rift, a grande depressão que se inicia junto ao golfo de Áden e que, seguindo para sul, separa os planaltos da Etiópia e da Somália e, nas zonas de maior profundidade, é inundada, formando os grandes lagos da África Oriental (Turkana, Alberto, Kyoga, Vitória, Eduardo, Kivu, Tanganhica, Rukwa, Mweru e Niassa, entre outros de menores dimensões).
Outros lagos importantes de Moçambique são o Chiuta e o Chirua, igualmente situados no extremo meridional do vale do Rift mas dos quais Moçambique apenas possui as margens orientais, pois ambos se estendem maioritariamente pelo Malaui. A lagoa Amaramba, inteiramente em território moçambicano, é um apêndice setentrional do lago Chiuta.
No litoral sul de Moçambique (províncias de Inhambane e de Gaza), há diversas lagoas de forma alongada, sensivelmente paralelas à costa: Dongane, Poelela, Maiene, Quissico (ou Zavala), Marrângua, Inhampavala, Bilene. Nesta última, ligada ao mar por um estreito canal, existem alguns aproveitamentos turísticos. Durante a soberania portuguesa, era também designada «concha de São Martinho do Bilene», porquanto, embora bastante maior, tem uma configuração física semelhante à da concha ou baía de São Martinho do Porto, em Portugal.
Quase todos os principais rios de Moçambique seguem, aproximadamente, o sentido de oeste para este (ou de noroeste para sueste), desaguando no Canal de Moçambique (a secção do Oceano Índico situada entre o continente e a ilha de Madagáscar).
As duas exceções mais notáveis são o Lugenda e o Chire.
Os grandes rios que desaguam no Canal de Moçambique são, de norte para sul, os seguintes:
Dado o caráter simbólico do rio Maputo, que marca a fronteira sul do país e, conforme atrás se disse, é, juntamente com o Rovuma, um dos dois rios mais emblemáticos de Moçambique, as autoridades moçambicanas decidiram tornar o seu nome extensivo quer à baía onde ele desagua quer à capital (a antiga Lourenço Marques), que lhe fica próxima, e à província onde esta se situa.
O litoral de Moçambique, entre a foz do Rovuma (11 graus de latitude sul) e a praia da Ponta do Ouro (27 graus de latitude sul), caracteriza-se predominantemente por terrenos baixos e arenosos, com extensos cordões dunares paralelos à linha de costa.
A zona entremarés é coberta, de Norte a Sul, de mangais e vegetação associada.
A dinâmica das correntes marítimas e dos rios recortou uma série de baías e ilhas.
No litoral nordeste (província de Cabo Delgado, entre os rios Rovuma e Lúrio), destaca-se a baía de Pemba (antiga baía de Porto Amélia), bem como um rosário de ilhas a pouca distância da costa, o arquipélago das Quirimbas, no qual se destaca a histórica ilha do Ibo.
Continuando para sul, observam-se, no litoral da província de Nampula (entre os rios Lúrio e Ligonha, perto do porto de Moma), três grandes baías: Memba, Nacala (antiga baía de Fernão Veloso) e Mossuril. A baía de Nacala possui o melhor porto de águas profundas de Moçambique. Por sua vez, na baía do Mossuril, o elemento mais notável é a Ilha de Moçambique, hoje integrada na lista do Património Mundial da UNESCO.
Entre os paralelos 15 e 20 de latitude sul (ou seja, sensivelmente entre a Ilha de Moçambique e a cidade da Beira), a costa tem uma orientação NE-SW.
No litoral da província da Zambézia, entre a foz do Ligonha e a foz do braço central do Zambeze, o acidente mais notável é um arquipélago de pequenas ilhas (Epidendro, Casuarina, Coroa, Fogo, Silva) a distância relativamente grande da costa.
O litoral da província de Sofala desenvolve-se entre a foz do braço central do Zambeze e a foz do Save. É sensivelmente a dois terços da sua extensão (no sentido de norte para sul), junto aos estuários do Búzi e do Púngoè (na margem norte dos quais se situa a cidade da Beira), que a costa passa da orientação NE-SW novamente para a orientação N-S.
O extenso litoral da província de Inhambane vai desde a foz do Save até poucos quilómetros a nordeste da foz do Limpopo. Encontram-se aí algumas das praias mais famosas de Moçambique – Pomene ou Ponta da Barra Falsa, Tofo, Jangamo, Závora (as igualmente famosas praias de Chidenguele, Chongoene e Bilene são já na província de Gaza) –, bem como alguns dos acidentes mais notáveis do litoral: Baía de Mambone; Arquipélago do Bazaruto (sede do homónimo Parque Nacional Marinho), composto por uma grande ilha que lhe deu o nome e ainda pelas ilhas Santa Carolina (centro turístico de longa data), Benguerra (antiga Santo António) e Santa Isabel; este arquipélago situa-se a pouca distância da costa, entre as povoações de Inhassoro e Vilanculos; Baía de Vilanculos, de águas pouco profundas, com abertura ao oceano para norte e delimitada a leste pela península de Muangane; Ponta de Pomene, igualmente centro turístico de longa data; Baía de Inhambane, com a histórica cidade de Inhambane na margem leste, frente à Maxixe, na margem poente. Poucos quilómetros a sul da baía de Inhambane, sensivelmente junto à praia de Jangamo e até à foz do Incomáti, já na província do Maputo, a costa reassume uma orientação de NE para SW.
O litoral da província de Gaza é relativamente pouco extenso. O seu principal acidente geográfico é a foz do grande rio Limpopo, poucos quilómetros a montante da qual se situa a cidade do Xai-Xai (antiga João Belo), sede do governo provincial.
No extremo meridional do país, a baía de Maputo constitui um acidente costeiro notável. Desaguam nela três estuários: a norte, o do rio Incomáti; a sul, o do rio Maputo; a poente, um estuário comum a três rios – Matola, Umbelúzi e Tembe –, na margem norte do qual se situa o porto marítimo do Maputo. No lado oriental, a baía é delimitada por duas línguas de terra: a restinga da Macaneta, a nordeste, formada pela interação das correntes oceânicas com o estuário do Incomáti; e a península de Machangulo, a sul, bastante maior, formada pelas aluviões do estuário do rio Maputo e cujo prolongamento natural, na extremidade norte, é a Ilha Inhaca (bem como a adjacente Ilha dos Portugueses). Dada a sua natureza predominantemente aluvionar, estas duas línguas de terra e as ilhas que lhes estão associadas acusam grande instabilidade geológica, visível sobretudo pela erosão das ilhas resultantes das aluviões do Incomáti – Xefina Pequena, Xefina do Meio e Xefina Grande. Conforme relata a «História Trágico-Marítima», os Portugueses da época da expansão ultramarina europeia chamavam à atual baía do Maputo «Rio de Lourenço Marques», considerando que ele era formado por três braços (presumivelmente os estuários acima referidos). Talvez devido ao seu contorno oval, o «Rio de Lourenço Marques» recebia também o nome de «Baía da Lagoa» (do qual derivou o termo inglês «Delagoa Bay»). No período final da soberania portuguesa, a designação mais comum era «Baía do Espírito Santo».
Para sul do rio Save, as reentrâncias da costa apresentam uma notável característica comum: constituem quase sempre baías com abertura ao oceano para norte e delimitadas a leste por penínsulas arenosas e estreitas. São os casos das baías de Mambone, Vilanculos, Pomene, Inhambane e Maputo.
É nesta zona de Moçambique que se regista a maior altitude média.
Entre o planalto da Angónia, na parte setentrional da província de Tete (margem esquerda do Zambeze), e as terras altas da província do Niassa, cava-se a depressão do Rift, aqui no seu extremo meridional.
Este progressivo rasgar do continente, naturalmente impercetível à escala humana, está a resultar na formação de serranias relativamente elevadas na margem oriental do lago Niassa (confins ocidentais da província moçambicana do mesmo nome), atingindo 1848 metros imediatamente a sul da fronteira com a Tanzânia. Ainda na província do Niassa, é de assinalar a cordilheira Maniamba, com uma altitude máxima de 1804 m.
O relevo vai-se esbatendo da província do Niassa para a de Cabo Delgado, drenadas ambas pelas bacias dos rios Rovuma (que inclui a do Lugenda), Messalo e Lúrio. Em Cabo Delgado, as altitudes máximas registam-se no planalto dos Macondes, em torno à povoação de Mueda (extremo nordeste de Moçambique).
É no interior da província da Zambézia que se verificam as maiores altitudes, designadamente em torno às povoações de Vila Junqueiro (também conhecida como Gurúè ou, conforme hoje se grafa, Gurué) e do Alto Molócuè (que hoje se grafa como Molocué), onde existem extensas plantações de chá. Os montes Namúli atingem um pico de 2418 m, escassos 18 metros menos do que a altitude máxima registada em todo o país. A província da Zambézia apresenta também relevos elevados no distrito de Milange, igualmente famoso pela cultura do chá (junto à fronteira com o Malaui). Porém, a sua maior extensão é composta de terras relativamente baixas, drenadas pelos rios Ligonha, Molocué e braços setentrionais da desembocadura do Zambeze.
Um elemento orográfico caraterístico desta região Norte, designadamente nas províncias de Nampula e da Zambézia, são os chamados inselbergues (do alemão Inselberg, que significa «monte-ilha»), montanhas monolíticas de granito e rochas similares, que se erguem abruptamente do terreno plano circundante.
Apesar de uma altitude média bastante menor do que a da região Norte, a região Centro – que ocupa a totalidade das províncias de Sofala e Manica e a parte sul da província de Tete (margem direita do Zambeze) – detém o ponto mais alto de Moçambique: os 2436 m do monte Binga, na província de Manica, junto à fronteira com o Zimbabué.
Na província de Sofala, destaca-se o maciço da Gorongosa, em cujo sopé meridional se localiza o Parque Nacional da Gorongosa, uma área de conservação rica em espécies da fauna africana.
Numa estreita faixa ao longo da fronteira ocidental de Moçambique (província de Manica), estende-se a cadeia do Chimanimáni, com altitudes relativamente elevadas (picos de 2227 m e 1886 m, além do citado monte Binga), desde a povoação de Espungabera, a sul, até ao distrito do Báruè, a norte, passando pelos contrafortes do Tsetserra (junto à vila de Manica). Seguem-se, para leste, os planaltos do Sussundenga e do Chimoio e, por fim, as terras baixas e pantanosas do litoral.
Na parte sul da província de Tete, drenada, entre outros, pelo rio Mazoé, afluente do Luenha (que, por sua vez, desagua na margem direita do Zambeze a jusante da capital da província), não há acidentes orográficos notórios.
Na restante superfície desta região, predominam as baixas altitudes, drenadas pelos troços inferiores do Zambeze («tandos» de Marromeu), do Pungoé, do Búzi e do Save.
Das três regiões naturais consideradas, esta – que ocupa a totalidade das províncias de Inhambane, Gaza e Maputo – é, de longe, a de menor altitude média. Compõem-na maioritariamente grandes extensões planas, drenadas pelas bacias hidrográficas do Limpopo, do Incomáti e de outros rios menores.
Apenas no extremo sudoeste se destaca a cadeia dos Libombos, sensivelmente na direção N-S, ao longo da fronteira entre Moçambique, a nascente, e o Essuatíni e a África do Sul, a poente. Esta cordilheira é designada Lebombo Mountains nos vizinhos de língua oficial inglesa. Em Moçambique, o seu limite setentrional localiza-se junto à povoação fronteiriça de Incomáti (antiga Ressano Garcia). Prolongamento natural dos montes Drakensberg, que atingem uma altitude máxima de 3482 metros (pico Thabana Ntlenyana, no Lesoto), os Libombos descem para os 776 m no Essuatíni (Mount Mananga) e não excedem 600 m em Moçambique (planalto da Namaacha, onde as fronteiras dos três países se encontram).
Entre a cordilheira dos Libombos e o oceano, a leste, estende-se uma cadeia paralela, de altitude média consideravelmente menor, os Pequenos Libombos.
A Rede Nacional das Áreas de Conservação de Moçambique é composta por 7 parques nacionais, 12 reservas nacionais e um número de outras categorias de áreas de conservação.
Ver artigo principal: Biodiversidade de Moçambique
Moçambique é um país rico em Biodiversidade tendo várias espécies da flora e da fauna africanas.