Golpe Botelho Moniz

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O Golpe Botelho Moniz ou Abrilada de 1961[1] foi uma tentativa de golpe de estado constitucional em 11-12 de Abril de 1961, em Portugal, dirigida pelo general Botelho Moniz, com o objetivo expresso de afastar Salazar da chefia do governo.

Motivação

Ministro da Defesa desde 1958, Júlio Botelho Moniz vai passar a ação em 1961.

Tinha sido adido militar em Washington e essa experiência internacional tinha o exposto à insustentabilidade da política colonial. A eleição de John F. Kennedy em Janeiro vai confirmar essa tendência e necessidade de adaptação do regime. Tenta convencer António de Oliveira Salazar para reformular a posição do regime nos meses seguintes. [2]

Em Fevereiro, Luanda é atacada com 200 homens com catanas e em março a UPA ataca no Norte de Angola levando a massacres com repercussão nacional e internacional.[3]

Golpe e desfecho

Face à inflexibilidade de Salazar sobre o assunto, Botelho Moniz vira os seus esforços para o então Presidente da República Américo Tomás para demitir Salazar, mas este recusa.

Botelho Moniz passa então a uma "discreta demonstração de força dos altos comandos militares".[2]

Os preparativos foram denunciados, no que o general Kaúlza de Arriaga e o almirante Américo Tomás (apoiantes do Estado Novo) detiveram um papel importante. O insucesso deveu-se, em boa parte, às falhas de organização dos implicados.

Rescaldo

Vários dos mais altos chefes militares foram exonerados das suas funções governativas.

Francisco da Costa Gomes foi colocado na chefia do Distrito de Recrutamento e Mobilização de Beja e foi-lhe permitido publicar uma carta no Diário Popular onde explicou que o problema das províncias africanas era “um complexo de problemas do qual o militar é uma das partes que está longe de ser a mais importante”. Sobre esta carta, a embaixada americana, como que antevendo o futuro político de Costa Gomes, comentou: “É possível que se numa data futura as Forças Armadas acharem necessário dispensar os serviços do Dr. Salazar, o coronel Costa Gomes seja, em vez do general Botelho Moniz, a verdadeira solução”.[4] Costa Gomes pôde prosseguir a sua carreira militar, tendo terminado o Curso de Altos Comandos em 1964 e em 1972 é nomeado 7.º Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas de Portugal, em substituição do general Venâncio Deslandes.

Envolvidos

Referências

  1. Serra 1982, p. 1167.
  2. a b «"Golpe Botelho Moniz": o ministro que tentou afastar Salazar e evitar a guerra em África, na Abrilada de 1961». Expresso. 2 de abril de 2025. Consultado em 5 de abril de 2025 
  3. «A Guerra Colonial: contexto e os três teatros de operações». Comissão Comemorativa 50 Anos 25 Abril. Consultado em 5 de abril de 2025 
  4. Antunes, Jose Freire - Kennedy e Salazar: O leao e a raposa (Os Americanos e Portugal), 1991


Bibliografia

  • Antunes, José Freire (1991). Kennedy e Salazar: o leão e a raposa. Americanos e Portugal,. : Difusão Cultural,. ISBN 9789727091140 
  • Centro de Documentação 25 de Abril da Universidade de Coimbra; Entrevista de Maria Manuela Cruzeiro (2014). Costa Gomes. O Último Marechal. : D. Quixote. ISBN 9789722055185 
  • Rodrigues, Luís Nuno (2008). Marechal Costa Gomes. No centro da tempestade. : Esfera dos Livros. 408 páginas. ISBN 9896261032 
  • Serra, João B.; Matos, Luís Salgado de (1982). Intervenções militares na vida política. (PDF). Revista Análise Social (n.os 12-13-14). I. Lisboa: Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa. p. 1165-1195. Consultado em 25 de maio de 2014 
  • Valença, Fernando. As forças armadas e as crises nacionais : a abrilada de 1961. Mem Martins, Publicações Europa-América, .

Ver também

Ligações externas