Neste artigo, exploraremos o impacto de Língua japonesa na sociedade moderna. Língua japonesa chamou a atenção de especialistas e fãs, gerando intenso debate sobre sua relevância e consequências. Ao longo dos anos, Língua japonesa passou por uma mudança significativa, tornando-se um tema de interesse geral que impacta diversos aspectos da vida cotidiana. Desde a sua origem até à sua influência na cultura contemporânea, este artigo examinará mais de perto o papel que Língua japonesa desempenha na sociedade de hoje e como moldou o nosso mundo de formas inesperadas.
Japonês 日本語 ou にほんご | ||
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Pronúncia: | ɲ̟iꜛhõ̞ŋɡo̞ | |
Falado(a) em: | Japão, Havaí, Guam, Ilhas Marshall, Palau, Taiwan, Oblast de Sacalina entre outros países. | |
Região: | Ásia | |
Total de falantes: | Cerca de 128 milhões (2019) | |
Posição: | 13a no mundo | |
Família: | Japônico Japonês | |
Escrita: | Caracteres chineses (kanji) Kana (hiragana e katakana) | |
Estatuto oficial | ||
Língua oficial de: | Japão (de facto), Angaur (Palau) | |
Regulado por: | Ministério da Educação, Cultura, Desporto, Ciência e Tecnologia do Japão | |
Códigos de língua | ||
ISO 639-1: | ja
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ISO 639-2: | jpn | |
ISO 639-3: | jap
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A língua japonesa (にほんご ou 日本語; nihongo) é um idioma do leste asiático falado por cerca de 128 milhões de pessoas, principalmente no Japão, onde é a língua nacional. É membro da família das línguas japônicas e sua relação com outras línguas, como o coreano, é debatida. O japonês foi agrupado com famílias linguísticas como a Ainu, as Austro-asiáticas e a agora desacreditada Altaica, mas nenhuma dessas propostas ganhou ampla aceitação.
Pouco se sabe sobre a pré-história da língua japonesa. Documentos chineses do século III d.C. registraram algumas palavras japonesas, mas textos substanciais não apareceram até o século VIII. Durante o período Heian (794–1185), os chineses tiveram considerável influência no vocabulário e na fonologia do japonês antigo. Os japoneses do final do período médio (1185-1600) incluíam mudanças nas características que o aproximavam da linguagem moderna e a primeira aparição de empréstimos europeus. O dialeto padrão mudou-se da região de Kansai para a região de Edo (onde hoje fica Tóquio) no início do período japonês moderno (início do século XVII a meados do século XIX). Após o fim, em 1853, do isolamento auto-imposto do Japão, o fluxo de empréstimos das línguas europeias aumentou significativamente. Várias palavras emprestadas do inglês, em particular, tornaram-se frequentes e palavras japonesas de raízes inglesas proliferaram.
O japonês é uma língua aglutinante, com uma fonotática simples, um sistema de vogais puras, vogais fonêmicas e comprimento de consoante e um sotaque lexicalmente significativo. A ordem das palavras é normalmente sujeito-objeto-verbo com partículas marcando a função gramatical das palavras, e a estrutura da frase é tópico-comentário. Partículas de sentenças finais são usadas para adicionar impacto emocional ou enfático, ou fazer perguntas. Os substantivos não têm número gramatical ou gênero, e não há artigos. Os verbos são conjugados, principalmente para tempo e voz, mas não para pessoa. Equivalentes japoneses de adjetivos também são conjugados. O japonês tem um complexo sistema de construções honoríficas com formas verbais e vocabulário para indicar o status relativo do falante, do ouvinte e das pessoas mencionadas.
O japonês não tem relação genética com o chinês, mas faz uso extensivo dos caracteres chineses, chamados de kanji (漢字), em seu sistema de escrita, e uma grande parte do seu vocabulário é emprestado da língua chinesa. Junto com o kanji, o sistema de escrita japonês usa principalmente dois silabários, o hiragana (ひらがな; 平仮名) e o katakana (カタカナ; 片仮名). O alfabeto latino (ou romaji) é usada de maneira limitada, como para acrônimos importados, e o sistema numeral usa principalmente números indo-arábicos ao lado de numerais chineses tradicionais.
Antes da chegada do sistema de escrita chinesa ao Japão, entre o século V e VII, a literatura japonesa baseava-se principalmente na sua tradição oral. Em várias sociedades sem sistemas de escrita, esta situação proporciona o surgimento de histórias e canções a partir de mitos, sagas, lendas, épicos e poemas. O Japão possuía três tipos de sociedades diferentes: Ainu, Ryūku e Yamato.
Os Ainus habitavam as ilhas do norte do arquipélago, no caso, Hokkaido, Sacalina e Curilas, enquanto os Ryūku e Yamato ocupavam as restantes ilhas. Os Ainu eram uma sociedade recoletora e a sua língua era bastante diferente dos outros dois grupos. Os Ryūku apresentavam algumas semelhanças com os Yamato, podendo afirmar-se ser a mesma língua, apenas um dialeto diferente.
“O sistema de som da língua japonesa do período Nara (na região Yamato) tinha oitos sons distintos de vogais e consonantes, que, nalguns aspetos, diferem dos sons de hoje”. A língua dos Yamato veio a tornar-se ao que se chama hoje de japonês, mas não sem a influência chinesa.
O japonês e o chinês têm diferentes origens: “os seus sistemas de som, vocabulário e gramática são diferentes.” Desta forma, quando o sistema de escrita chinês chegou ao Japão era necessário modificá-lo. Sendo que um caracter chinês representava uma palavra monossilábica, só eram possíveis duas adaptações: a) o significado ser eliminado e o som mantido; b) o significado ser mantido e o som eliminado. Ambas as alternativas foram adotadas, como refere Shuichi Kato: “Os sons chineses foram largamente retidos, por exemplo, na história Kojiki (Record of Ancient Matters) e em Man’yōshū e para algumas palavras na história do século VIII Nihon Shoki (Chronicles of Japan).” A esta adaptação deu-se o nome de Man’yōgana.
A escrita chinesa (kanbun) não foi só adotada nestas obras, mas também em documentos oficiais, assim como em gazetas locais (fudoki).
A escrita chinesa chegou ao Japão entre o século V e VII. No entanto, a escrita foi adaptada à já existente língua japonesa, através da adaptação do som ou significado. Mas para lerem os textos escritos em chinês, os japoneses desenvolveram um método que se aproximava gramaticalmente da sua língua, e desta forma tornava os textos mais compreensivos:
Esta adaptação do chinês teve grande influência no desenvolvimento da língua japonesa. Não só em termos gramaticais mas também de enriquecimento vocabular, e até de desenvolvimento de estilos literários. A utilização de kanbun a dada altura (quando o sistema de escrita japonês tomou outra direção) tornou-se mais uma escolha do que uma necessidade, pois começou a ser visto como um estilo literário, ou seja, mais uma ferramenta de criação literária:
“O Konjaku monogatari (Tales of Now and Then) e o Meigetsuki (Bright Moon Records) são bons exemplos deste fenómeno. De facto, o nascimento de dois estilos literários, um com uma influência chinesa pronunciada e o outro com quase nenhuma e bem perto da linguagem coloquial, enriqueceram a literatura japonesa, consideravelmente.”
Meigetsuki, com o seu estilo mais coloquial — pelo facto de ser um diário — trouxe uma nova perspectiva à forma de escrita, onde o chinês clássico imperava, e continuou a dominar ao longo dos anos, mesmo até ao período Edo (1603-1867):
“Durante o período Edo, a língua chinesa, no Japão, tinha uma posição semelhante ao latim na Europa, na Era Medieval. Era o veículo de toda a literatura séria, e, mais especificamente, da história. Os letrados japoneses atingiam um alto nível de composição no dialeto literário da dinastia Han, um período que pode corresponder, para a China, à era de Augusto, em Roma.”
No entanto, apesar deste domínio do chinês clássico na escrita, já a partir do século XII há uma evolução da língua japonesa, quando começam a aparecer os textos sōgana (sistema arcaico de escrita silábica, entre o man’yōgana e o hiragana). Um dos primeiros textos sōgana encontra-se num pergaminho do século XII (Genji monogatari emaki) contendo cenas ilustradas do romance Genji monogatari.
A exploração do sistema de escrita e dos estilos literários desenvolveu-se ao longo dos anos, sendo que o debate sempre foi muito intenso, não havendo consenso de que “tipo” de japonês se queria adotar, e por essa razão existiram vários movimentos. Um deles defendia a inclusão do inglês como uma das línguas oficiais:
"A marcha da civilização moderna no Japão já atingiu o coração da nação – a língua inglês que a segue, suprime o uso do japonês e chinês. O poder comercial do inglês, que agora domina o mundo, leva o nosso povo a algum conhecimento dos seus caminhos e hábitos comerciais. A necessidade absoluta do domínio do inglês foi-nos forçado.” (Mori Arinori - mais tarde o 1º ministro da educação no governo Meiji -, no livro “Education in Japan”, de 1873)."
Outros defendiam a romanização da escrita japonesa, enquanto outros queriam eliminar completamente o uso de kanji, adotando apenas o kana.
“Em 1884, Romajikai, o primeiro lobby a promover a romanização do japonês, foi estabelecido, e influenciou a política da língua japonesa na Era Meiji. Havia outro grupo que valorizava a cultura japonesa inerente e tinha uma forte ligação ao Kana como substituto do Kanji. No último período da Era Edo, Maejima Hisoka submeteu um relatório ao último Shogun Tokugawa Yoshinobu, no qual, ele defendia a abolição do Kanji e a sua substituição pelo Kana.”
A partir do final dos anos 1880, o governo cria uma reforma onde a utilização de kanji, hiragana e katakana é padronizada, com o nome de Kanji-Kana Majiri Bun (漢字仮名交じり文):
“O debate aceso entre Kanji e Kana foi naturalmente extinguido quando o Kanji-Kana Majiri Bun, uma mistura entre Kanji e Kana, foi estabelecido como a forma base da escrita japonesa. Na fase seguinte, depois de 1890, a discussão evoluiu para a reforma do estilo de escrita literário, e muitos trabalhos experimentais por, principalmente, escritores realistas, começaram a aparecer uns atrás dos outros.”
Isto permitiu o desenvolvimento de novos estilos literários, devido ao facto de a eliminação do chinês clássico, em abundância, permitir um novo desenvolvimento do estilo coloquial, que ainda não era respeitado como estilo literário “sério”. É então que em 1887 surge um dos grandes clássicos japoneses, escrito em genbun-itchi (junção entre o estilo literário e o estilo coloquial), Ukigumo. Não se pode afirmar que existe uma grande mudança a nível de alteração do estilo de carateres, mas a maior diferença é no facto de o número de caracteres em kanji ser reduzido, introduzindo mais caracteres japoneses. Algo bastante importante como refere Scott Miller, pois o japonês clássico continuava a ser inacessível para vários grupos:
“Estes trabalhos, escritos no estilo e na linguagem do japonês clássico, eram elegantes, mas inacessíveis às massas, as quais, o discurso coloquial tinha derivado das formas escritas do japonês de séculos anteriores. Um dos desafios centrais, na altura, para uma literatura japonesa moderna, especificamente, e cultura, no geral, era como unificar a linguagem falada e escrita.”
Com esta simplificação da escrita, vários autores seguiram esta corrente, no entanto continuaram a existir vários grupos contra este estilo literário mais “leve”:
“Outros escritores rapidamente juntaram-se ao movimento chamado genbun itchi (unificação da escrita e linguagem), onde havia oposição ao longo da década de 1910. Editoras adotaram o novo estilo para jornais literários para as crianças, como Akai Tori, e para as outras publicações para as massas, o que levou à sua adoção geral. No entanto, A utilização dos estilos clássicos continuou entre alguns autores, por várias décadas”.
É de ressaltar a importância dos contadores profissionais de histórias que inspiraram, em grande parte, esta massificação da literatura japonesa:
“Futabatei Shimei é geralmente creditado pelo primeiro uso, com sucesso, do estilo vernacular, na sua novela Ukigumo (1887; tr. The Drifting Clouds, 1967). No entanto, Futabatei dá crédito ao seu modelo de narrativa coloquial, o contador de histórias rakugo, San’yuutei Enchoo, o qual, com a sua colaboração com Takusari Kooki (inventor de sokki, taquigrafia japonesa), permitiu aos contadores de histórias rakugo terem as suas obras publicadas nos jornais.”
Através de uma modernização da língua japonesa criou-se o que se chama de kokugo – língua nacional do Japão. Esta criação foi feita por educadores e linguistas ocidentais. B.H. Chamberlain, um filologista britânico, foi um dos responsáveis por esta evolução, ao defender uma aproximação ao estilo coloquial da linguagem, em 1883.
Kokugo já era utilizado desde a época Edo, mas pretendia apenas referir-se à língua japonesa como forma de se diferenciar das línguas estrangeiras, e não detinha ainda um sentido nacionalista, como veio a ter a partir desta época.
O idioma japonês forma, em conjunto com outros dialetos minoritários do Japão, a família linguística das línguas japônicas ou grupo de línguas japônicas-ryukyuanas
As línguas japônicas e o coreano (hangul) são classificadas dentro do grupo das línguas altaicas devido a um grande número de analogias. Não se sabe, contudo, se as semelhanças são ocasionadas por origem comum desses idiomas ou por convergência. A gramática da língua japonesa assemelha-se muito à da língua coreana com partículas idênticas como ga e ka. A semelhança de pronúncia também é um indício de possível parentesco longínquo.
Entretanto, deve-se considerar que houve influências da língua coreana no passado devido à grande imigração coreana no período Yayoi e à fuga da família real de Baekje ao Japão quando da invasão do reino por Koguryo. Descobertas recentes apontam que a língua de Koguryo guarda muitos cognatos com a língua japonesa como a partícula no, os adjetivos terminados em i, os numerais e partícula locativa; por exemplo mil koguryo, midu no antigo japonês.
Como parte das influências culturais que recebeu ao longo de sua história, o japonês assimilou inúmeros vocábulos do chinês, do português e, recentemente, do inglês.
Embora o japonês seja falado quase exclusivamente no Japão, a língua japonesa tem sido e ainda é falada em outros países. Antes e durante a Segunda Guerra Mundial, através da anexação japonesa de Taiwan e da península da Coreia, bem como da ocupação parcial de algumas regiões da China (como a Manchúria), das Filipinas e de várias ilhas do Pacífico, seus habitantes foram forçados a aprender a língua japonesa sob a imposição de uma política de niponização desses países. Como resultado, muitos idosos nesses países ainda falam japonês, além dos idiomas desses locais.
As comunidades de imigrantes japonesas (a maior delas no Brasil, com 1,4 milhão a 1,5 milhão de imigrantes e descendentes japoneses, segundo dados do IBGE, e mais de 1,2 milhão nos Estados Unidos) às vezes empregam o japonês como idioma principal. Aproximadamente 12% dos residentes do Havaí falam japonês, com uma estimativa de 12,6% da população de ascendência japonesa em 2008. Os emigrantes japoneses também podem ser encontrados no Peru, Argentina, Austrália (especialmente nos estados do leste e em cidades como Sydney, Gold Coast, Brisbane e Melbourne), Canadá (especialmente em Vancouver, onde 1,4% da população tem ascendência japonesa), os Estados Unidos (notavelmente o Havaí — onde 16,7% da população tem ascendência japonesa — e a Califórnia), e as Filipinas (particularmente em Davao e Laguna). Os descendentes dos emigrantes (conhecidos como nikkei, 日系, lit. "descendentes de japoneses"), porém, raramente falam a língua japonesa fluentemente. Estima-se que cerca de 3,84 milhões de não japoneses estejam estudando a língua.
O japonês não tem status oficial, mas é a língua nacional de facto do Japão. Existe uma forma da linguagem considerada padrão: hyōjungo (標準語), que significa "japonês padrão", ou kyōtsūgo (共通語), "linguagem comum". Os significados dos dois termos são quase os mesmos. Hyōjungo ou kyōtsūgo é uma concepção que forma a contraparte do dialeto. Esta linguagem normativa nasceu após a Restauração Meiji (明治維新 meiji ishin, 1868) da língua falada nas áreas de classe mais alta de Tóquio (ver Yamanote). Hyōjungo é ensinado nas escolas e usado na televisão e até mesmo nas comunicações oficiais.
Anteriormente, o japonês padrão escrito (文語 bungo, "língua literária") era diferente da língua oral (口語 kōgo). Os dois sistemas têm regras diferentes de gramática e algumas variações no vocabulário. O bungo foi o principal método de escrever japonês até cerca de 1900; Desde então, o kōgo gradualmente estendeu sua influência e os dois métodos foram usados por escrito até a década de 1940. O bungo ainda tem alguma relevância para historiadores, estudiosos literários e advogados (muitas leis japonesas que sobreviveram à Segunda Guerra Mundial ainda estão escritas no bungo, embora haja esforços contínuos para modernizar sua linguagem). O kōgo é o método dominante de falar e escrever em japonês hoje, embora a gramática bungo e o vocabulário sejam ocasionalmente usados no japonês moderno para efeito poético.
Vários dialetos são falados no Japão. A profusão é devida ao terreno montanhoso do arquipélago e à longa história de isolamento interno e externo do país. Os dialetos, em geral, diferem em termos de acento tonal, morfologia inflexional, vocabulário, uso das partículas e pronúncia. Alguns dialetos, mais raramente, variam até no repertório de vogais.
Dialetos de regiões menos centrais, como os dialetos de Tōhoku ou Tsushima, podem ser ininteligíveis para pessoas de outras partes do país. O dialeto usado em Kagoshima, na ilha Kyūshū, ao sul, é famoso por ser ininteligível não só para falantes do japonês padrão mas também a pessoas que vivem em regiões de Kyūshū vizinhas à Kagoshima. Kansai-ben, um grupo de dialetos da região centro-oeste do Japão, é falado por muitos japoneses; o dialeto de Osaka, em particular, é associado ao humor e, por isso, usado com frequência por muitos comediantes para efeito humorístico.
As línguas ryukyuanas são faladas nas Ilhas Ryukyu. Não são somente ininteligíveis a japoneses, mas também bastante incompreensíveis entre falantes de diferentes dialetos ryukyuanos. Devido à proximidade entre o ryukyuano e o japonês, são às vezes ditos serem apenas dialetos de uma única língua, embora acadêmicos modernos digam ser línguas separadas.
Recentemente, o japonês padrão se tornou prevalente em todo o Japão, graças não somente à televisão e ao rádio, mas também à mobilidade crescente dentro do país devida ao sistemas rodoviário, ferroviário e aeroviário. Jovens japoneses geralmente falam seu dialeto local e a língua padrão, mas, na maioria das vezes, o dialeto local é influenciado pelo dialeto padrão, criando-se versões regionais do japonês padrão.
Como resultado da imigração japonesa no Brasil, o idioma japonês é ainda bastante difundido entre a comunidade de origem nipônica. Atualmente, a maioria dos nipo-brasileiros falam principalmente o português. A primeira geração fala com frequência dialetos japoneses, muitos deles somente o japonês. A segunda geração é geralmente bilíngue em japonês e português. Numa pesquisa, 53% da segunda geração declarou somente ter falado japonês na infância. Hoje, 13,3% fala apenas japonês, 18,1% apenas português e 68,8% ambas as línguas. A terceira geração é mais lusofalante, com 39,3% apenas falando português, 58,9% ambas as línguas e 1,8% apenas japonês.
Os nipo-brasileiros geralmente falam mais frequentemente o japonês quando moram com um parente nascido no Japão. Aqueles que não moram com um parente de primeira geração falam mais frequentemente o português.
O japonês falado no Brasil é uma mistura de diversos dialetos influenciados pela língua portuguesa. Com o retorno dos imigrantes brasileiros no Japão, é provável que o número de falantes da língua japonesa no país cresça.
O japonês faz uso de três sistemas de escrita diferentes, além dos algarismo indo-arábicos, e uma forma de romanização (rōmaji): hiragana, katakana, e os kanji.
Veja um exemplo de uma manchete veiculada no jornal Asahi Shimbun de 19 de abril de 2004 que compreende todas as modalidades da escrita japonesa (katakana, hiragana, kanji, rōmaji (caracteres latinos) e números indo-arábicos:
A mesma manchete, transliterada totalmente para o alfabeto latino (rōmaji):
A mesma sentença, traduzida para o português:
Ao contrário de muitas línguas orientais, a língua japonesa não é uma língua tonal.
Existem vários métodos de "romanização" da língua japonesa. Destes, podemos citar a romanização Hepburn, que é baseada na fonologia inglesa, dentre outras.
As palavras do japonês são compostas por sílabas curtas (moras) formadas por consoantes seguidas de vogais, como por exemplo as palavras Hiroshima (hi-ro-shi-ma) e Nagasaki (na-ga-sa-ki). Esta regra geral acontece frequentemente, exceto:
A tabela a seguir mostra as formas hiragana e katakana de escrita junto com o sistema Hepburn, também conhecido como o principal sistema de Roomaji.
A entonação no japonês manifesta-se pela mudança na altura do som de uma ou outra mora. Ela tem um papel secundário, existindo em alguns poucos casos em que a mudança na melodia da palavra produz mudança de sentido (ex:雨.あめ.àme, "chuva"; 飴.あめ.amé, "bala, doce"). Os dialetos japoneses apresentam várias diferenças quanto ao tipo, posição e amplitude da entonação.
A gramática da língua japonesa, embora bastante diferente da gramática da língua portuguesa, é relativamente simples e regular (fora algumas exceções), que permite seu aprendizado de forma até bastante rápida. Por este mesmo motivo, falantes nativos do japonês precisam de um esforço suplementar para o aprendizado de línguas estrangeiras.
Eis abaixo algumas das características da gramática da língua japonesa.
A ordem básica das palavras em uma proposição é sujeito-objeto-verbo (SOV). Além disso, em geral, o objeto se põe na ordem tempo-modo-lugar.
A estrutura básica de uma frase é tema-rema.
O tema é um termo com significado amplo; pode coincidir ou não com o sujeito da frase e compreende outras informações já conhecidas, ou que já não necessitam ser explicadas. O rema é a parte da frase que traz informações novas ao diálogo.
Tome-se por exemplo a frase こちらは田中さんです。Kochira wa Tanaka-san desu, "Este é o(a) Sr(a). Tanaka". A palavra kochira, lit. "este lado", é seguida da partícula wa, um marcador de tópico que indica o sujeito da frase; de forma que o significado de kochira wa é "Quanto a (esta pessoa d) este lado". Tanaka-san, "Sr(a). Tanaka", é a informação nova. No final aparece desu, que é equivalente ao português "é", um verbo de ligação, no caso.
O japonês, assim como o chinês e o coreano, é uma língua na qual o tema e o sujeito não se confundem, aparecendo de forma separada.
Um exemplo que explicita tema e sujeito separadamente é a frase 象は鼻が長い。Zō wa hana ga nagai, "Os elefantes têm tromba comprida", entretanto, literalmente, quer dizer "Quanto aos elefantes, a tromba é comprida". O tópico é 象 zō, "elefante(s)"; o sujeito, 鼻 hana, "nariz, tromba", é marcado pela partícula ga. Veja que 長い nagai, "comprido(a)", embora seja apenas um adjetivo, forma uma predicação completa, isto é, equivale a "é comprido(a)", no caso.
Os substantivos não têm gênero, nem número e não se flexionam. A palavra 本 hon pode significar "um livro", "o livro", "alguns livros" e "os livros". Se o número é de contexto importante, ele pode ser construído de tal forma que possa ser compreendido, geralmente com o emprego de advérbios de quantidade. Excepcionalmente, substantivos que representam pessoas podem ser seguidos de sufixos indicadores de plural (-tachi, -ra ou -domo). Por exemplo, 僕 boku, "eu" usado por meninos ou homens adultos, pode ter a forma plural bokura ou bokutachi, "nós". Observe que os pronomes em japonês se comportam como substantivos.
Nem sempre a simples adição do sufixo -tachi dará o respectivo plural do substantivo ao qual é aplicado; às vezes, pode indicar um grupo de pessoas dentre as quais o indivíduo-sujeito faz parte. Por exemplo, お母さん okāsan significa "mamãe", mas お母さん達 okāsan-tachi pode significar tanto "mamães" como "mamãe e as outras pessoas que a acompanham".
Existe também uma forma vinda do japonês antigo de representar o plural, que é através da duplicação do substantivo: 人 hito, "homem", e 人々 hitobito, "homens". O caractere 々 serve para repetir e substituir o caractere chinês anterior.
Um outro aspecto da língua japonesa está relacionado com a maneira com que se dá conta da origem das informações. Enquanto em português diz-se "Crê-se que …", "É provável que …", "Parece que …", em japonês isto é muito mais sistemático e mais sutil. Existem vários exemplos da frase "É provável que …" em japonês, cada uma com um nível de probabilidade diferente.
O idioma japonês conta com um sistema de casos representados por posposições. Os sintagmas têm a função sintática indicada pela partícula que os sucedem imediatamente. A maioria dos gramáticos japoneses considera tais partículas como palavras independentes — o que seria contraditório com o conceito de declinação; entretanto, de acordo com o gramático Arkadiusz Jabłoński (2012) estas partículas devem ser entendidas como desinências, sendo portanto parte integrante do substantivo que as precede.
Não há uma lista fixa de casos. Jabłoński considera a existência de 15 casos, enquanto Kiyose (1995) enumera 12 casos. As principais partículas existentes são:
Os verbos são conjugados em dois tempos, chamados tecnicamente de "passado" e "não passado", este último incluindo tanto o presente como o futuro. Não existem flexões de número e pessoa. Por exemplo, 行く iku, "ir", também pode significar "vou", "vais", "vai", "vamos" etc. Além do modo infinitivo, temos o modo indicativo, modo imperativo ríspido, modo imperativo coletivo, modo volitivo, modo causativo, forma -te e dois modos condicionais. Cada modo tem ambas as formas afirmativa e negativa.
A chamada forma -te é aproximadamente o gerúndio da língua portuguesa, embora seja usada ainda para exprimir outros tempos.
Há três categorias principais de adjetivos na língua japonesa que sintaticamente diferem entre si: adjetivos -i, adjetivos -na e adjetivos propriamente ditos (muito raros).
Os adjetivos -i são aqueles que terminam com い i, como no exemplo anterior 長い nagai, "comprido(a)", "longo(a)". Esta categoria de adjetivos se comporta de forma similar a verbos, por exemplo, formando negativos de forma semelhante, formando o modo condicional e conjugando-se nos dois tempos: o passado de 長い é 長かった nagakatta ("era longo"). Por sua vez, os adjetivos -na comportam-se como se fossem substantivos, desconhecendo qualquer tipo de flexão.
A diferença entre adjetivos -na e substantivos propriamente ditos está no fato de o adjetivo poder determinar um substantivo: por exemplo, em 静かな子 shizuka na ko, "um menino(a) comportado", onde 子 ko, "menino", é determinado por 静かな.
Os adjetivos propriamente ditos formam uma categoria restrita; não podem vir no lugar de predicações e nem podem ser independentes de substantivos. Por exemplo, 色んな人 iron'na hito, "diversas pessoas".
O verbo する suru, "fazer", pode acompanhar uma série de substantivos para formar inúmeros verbos, de forma similar à construção "fazer a barba", "fazer bobagem", do português.
Como exemplo, de 勉強 benkyō, "lição de casa", "estudo", forma-se 勉強する benkyō suru, "estudar".
Existe um número grande de verbos compostos, formados pelo acoplamento de verbos de significados diferentes que, juntos, dão um conceito totalmente novo. Por exemplo, 入り込む hairikomu, "introduzir", "inserir", que se compõe de hairu, "entrar", e komu, "lotar".
Existem muitos pares de verbos com o mesmo significado, diferindo apenas por um deles ser a forma transitiva e o outro, a intransitiva. O que em português são os verbos "cair" e "derrubar", em japonês é um só verbo, com a forma intransitiva 落ちる ochiru, "cair", e a forma transitiva 落とす otosu, "derrubar".
Negativo | Continuativo | Infinitivo | Imperativo | Desiderativo | Condicional | Perfectivo | Forma -te | |
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verbos1 | narawa | narai | narau | narae | naraou | nareba | naratta | naratte |
ika | iki | iku | ike | ikou | ikeba | itta | itte | |
aruka | aruki | aruku | aruke | arukou | arukeba | aruita | aruite | |
oyoga | oyogi | oyogu | oyoge | oyogou | oyogeba | oyoida | oyoide | |
hanasa | hanashi | hanasu | hanase | hanasou | hanaseba | hanashita | hanashite | |
mata | machi | matsu | mate | matou | mateba | matta | matte | |
shina | shini | shinu | shine | shinou | shineba | shinda | shinde | |
asoba | asobi | asobu | asobe | asobou | asobeba | asonda | asonde | |
noma | nomi | nomu | nome | nomou | nomeba | nonda | nonde | |
nora | nori | noru | nore | norou | noreba | notta | notte | |
-- | ari | aru | -- | -- | areba | atta | atte | |
kaera | kaeri | kaeru | kaere | kaerou | kaereba | kaetta | kaette | |
Verbos2 | tabe | tabe | taberu | tabeyo | taberou | tabereba | tabeta | tabete |
oki | oki | okiru | okiyo | okirou | okireba | okita | okite | |
Verbos3 | ko | ki | kuru | koi | kurou | kureba | kita | kite |
shi | shi | suru | seyo | surou | sureba | shita | shite |
Embora a língua japonesa tenha uma coleção grande de pronomes pessoais (existem cerca de dez variações do pronome "eu"), frequentemente eles são omitidos. Muitas vezes são substituídos pelo nome da pessoa respectiva ou simplesmente omitidos quando pode ser subentendido. A frase 忙しい。isogashii contém apenas uma palavra, mas dependendo do contexto pode ser interpretada como "(Eu) estou ocupado".
Especialmente na língua japonesa falada, usam-se "partículas finais", que são palavras curtas (geralmente de uma mora) e que mudam o propósito da frase.
Como exemplo, face à frase "Chove", obtém-se diversas variações na tradução devidas simplesmente à tal partícula (os parênteses clarificam a situação respectiva pela extensão da frase):
A língua japonesa é rica em palavras e expressões onomatopeicas e expressões que representam estados físicos ou psicológicos. Tais expressões são divididas em giongo, lit. "onomatopeias", e gitaigo, lit. "expressões que imitam o estado físico ou psicológico". Onomatopeias existem em qualquer língua (o japonês wan-wan seria o au-au português), mas o gitaigo japonês é muito mais numeroso comparativamente a outras línguas. Exemplos de gitaigo: nuru-nuru (ser escorregadio), pika-pika (ser piscante ou cintilante), pera-pera (ser falante ou fluente em uma língua), shiin (silêncio absoluto), sukkiri (o sentimento de estar livre de problemas), hakkiri (direto, sem ambiguidades) etc.
Embora geralmente as palavras de qualquer língua possam ser consideradas símbolos que representam algo a nível auditivo, nenhuma ideia normalmente possui ligação evidente entre som e conceito; as onomatopeias, porém, apresentam uma ligação clara entre pronúncia e conceito. Gatos, por exemplo, parecem fazer miau, de forma que o miado de gatos pode ser aproximado à pronúncia da onomatopeia "miau". Neste ponto de vista, o gitaigo é uma construção intermediária, na medida em que o conceito exprimido não é nem evidente, nem ausente. Depois do aprendizado de um número apreciável desses termos, tanto uma criança japonesa como um estudante da língua japonesa poderá ser capaz de adivinhar, eventualmente auxiliado pelo contexto, o significado de um novo gitaigo. Deve-se frisar que ambos, giongo e gitaigo, são usados indiscriminadamente e com muita frequência por japoneses de todas as faixas etárias, seja na forma escrita, seja na conversação.
De uma forma muito diferente de outras línguas, a língua japonesa tem um sistema gramatical e léxico de exprimir diferentes graus de cortesia. Pode-se dizer que existem basicamente três níveis de polidez, embora seja impossível teorizá-lo, já que a delimitação dos níveis de cortesia é difícil por causa da interdependência entre cada um dos níveis.
As crianças aprendem nos primeiros anos de vida uma forma simples de se exprimir, familiar. Este modo de se exprimir é usado por todo falante nativo quando pensa consigo mesmo, quando fala consigo mesmo, quando fala com pessoas de nível social e profissional igual ou inferior ao seu, ou em ambiente familiar, independente da idade. A gramática está na sua forma mais simples e abreviada, embora esteticamente seja a forma mais direta. Mesmo falando perante o imperador, se um mosquito picar um japonês, ele dirá 痛い! itai! (equivalente a "Ai!"), o que não contém nenhum elemento de cortesia. Se desejássemos ver a forma polida de 痛い, como é um adjetivo "-i", poderiamos nesse caso adicionar です resultando em 痛いです! だ é a forma impolida de です, contudo é impossível que haja uma frase : 「痛いだ!」 pois nunca adiciona-se だ a um adjetivo "-i". A forma informal então seria como visto acima: 「痛い!」.
Anterior | Central | Posterior | |
---|---|---|---|
Fechada | i | ɯ | |
Semifechada | e | o | |
Aberta | a |
Bilabiais | Alveolares | Alveolo-Palatais | Palatais | Velares | Dorsal | |
---|---|---|---|---|---|---|
Nasais | m | n | (ɲ) | (ŋ) | (ɴ) | |
Plosivas | p b | t d | k g | |||
Africadas | (t͡s) (d͡z) | (t͡ɕ) (d͡ʑ) | ||||
Fricativas | (ɸ) | s z | (ɕ) (ʑ) | (ç) | h | |
Líquida | r | |||||
Aproximantes | j | ɰ | ||||
Moras especiais | /N/ |
Para informações sobre mudança na pronúncia de algumas palavras quando utilizadas para formar palavras compostas, veja artigo sobre rendaku.
Número | Forma japonesa | Leitura Preferencial (1) | Leitura Preferencial (2) |
0 | 零 | ree | zero |
1 | 一 | ichi | ichi |
2 | 二 | ni | ni |
3 | 三 | san | san |
4 | 四 | yon | shi |
5 | 五 | go | go |
6 | 六 | roku | roku |
7 | 七 | shichi | nana |
8 | 八 | hachi | hachi |
9 | 九 | kyuu | ku |
10 | 十 | jyu | too |
O número quatro (四) é pronunciado preferencialmente como "yon", devido ao outro significado também concedido a sua outra pronúncia "shi", que significa "morte". Este número é bastante evitado na língua japonesa, levando a sua omissão em números de casas, hospitais, carros, códigos postais etc.
Para mais detalhes, veja artigo sobre Numerais Japoneses.
A língua japonesa levou várias palavras para a língua portuguesa, como: judô, jiu-jítsu, quimono, gueixa, samisém, samurai, xogum, cabúqui, nô, catana, caratê, sumô etc.
Existem três fontes principais de palavras na língua japonesa, o yamato kotoba (大和言葉) ou wago (和語), kango (漢語) e gairaigo (外来語).
A língua original do Japão, ou pelo menos a língua original de uma determinada população que foi ancestral de uma parcela significativa da histórica e atual nação japonesa, foi o chamado yamato kotoba (大和言葉 ou raramente 大和詞, ou seja, "palavras dos Yamato"), que em contextos acadêmicos é às vezes referido como wago (和語 ou raramente 倭語, ou seja, a "língua de Wa"). Ou seja, palavras nativas do japonês, significando aquelas palavras em japonês que foram herdadas do japonês antigo, em vez de serem emprestadas em algum momento.
Além das palavras desta língua original, o japonês atual inclui uma série de palavras que foram emprestadas do chinês ou construídas a partir de raízes chinesas seguindo os padrões chineses. Essas palavras, conhecidas como kango (漢語), entraram na língua a partir do século V através do contato com a cultura chinesa. A enorme influência política e económica da China Antiga na região teve um efeito profundo sobre o japonês e outras línguas asiáticas ao longo da história. Este vocabulário sino-japonês ainda é um componente importante da língua japonesa e pode ser comparado a palavras eruditas de origem greco-latina em português.
Incorporando vocabulário de línguas europeias, gairaigo começou com empréstimos do português no século XVI, seguidos por palavras do holandês durante o longo isolamento do Japão no período Edo. Com a Restauração Meiji e a reabertura do Japão no século 19, ocorreram empréstimos do alemão, francês e inglês. Hoje a maioria dos empréstimos vem do inglês.
De acordo com o dicionário japonês Shinsen Kokugo Jiten (新選国語辞典), kango compreende 49,1% do vocabulário total, wago representa 33,8%, outras palavras estrangeiras ou gairaigo (外来語) respondem por 8,8%, e os 8,3% restantes constituem palavras hibridizadas ou konshugo (混種語) que extraem elementos de mais de um idioma.
Há também um grande número de palavras de origem mimética em japonês, sendo que o japonês possui uma rica coleção de simbolismo sonoro, tanto onomatopeias para sons físicos, quanto palavras mais abstratas. Um pequeno número de palavras veio da língua ainu para o japonês. Tonakai (rena), rakko (lontra marinha) e shishamo (peixe-rei, um tipo de peixe) são exemplos bem conhecidos de palavras de origem Ainu.
Palavras de origens diferentes ocupam registros diferentes em japonês. Grosso modo, os kango são geralmente mais formais, muitas vezes restritos à escrita, enquanto os yamato kotoba são mais casuais e usados com mais frequência na fala, mas ambos os tipos de palavras são comumente usados tanto na fala quanto na escrita.
Assim como as palavras derivadas do grego em português, que formam compostos eruditos greco-latinos usados para criar termos filosóficos, técnicos, científicos e literários, as palavras kango são normalmente percebidas pelos falantes de japonês como sendo um tanto formais ou acadêmicas em comparação com as yamato kotoba. Na verdade, é geralmente justo dizer que uma palavra portuguesa derivada de raízes gregas corresponde tipicamente a uma palavra kango em japonês, enquanto uma palavra com raízes puramente latinas seria melhor comparada com os yamato kotoba.
Declaração Universal dos Direitos Humanos, Artigo 1º: