Hoje, queremos mergulhar no emocionante mundo de Linha Maginot. Quer estejamos a falar da história de Linha Maginot, do seu impacto na sociedade atual ou das suas possíveis aplicações no futuro, Linha Maginot é um tema que nunca deixa de nos surpreender. Ao longo deste artigo exploraremos os diferentes aspectos de Linha Maginot, desde suas origens até suas implicações na vida cotidiana. Independentemente de você ser um especialista no assunto ou estar apenas descobrindo sua existência, convidamos você a mergulhar neste fascinante universo e descobrir tudo o que Linha Maginot tem a nos oferecer.
Ligne Maginot | |
Leste da França e Alpes franceses | |
![]() A entrada do Ouvrage Schoenenbourg, na altura da região da Alsácia. | |
Tipo | Linha defensiva |
Construído | 1928-1938 |
Construído por | Paul Painlevé
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Materiais de construção |
Concreto de cimento, ferro e aço |
Em uso | 1935-1969 |
Condição atual | Quase intacta, através da preservação pelo governo francês |
Proprietário atual |
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Aberto ao público |
Sim, em certos locais |
Controlado por | ![]() ![]() |
Batalhas/guerras | Guerra de Mentira Batalha da França Batalha dos Alpes Operação Nordwind |
Eventos | Evacuação de civis na França em 1939-1940 |
![]() Mapa das fortificações da Linha Maginot. |
A Linha Maginot (em francês: Ligne Maginot) foi uma linha de fortificações e de defesa construída pela França ao longo de suas fronteiras com a Alemanha e a Itália, após a Primeira Guerra Mundial, mais precisamente entre 1930 e 1936.
O termo Linha Maginot designa às vezes o sistema inteiro, e às vezes unicamente as defesas contra a Alemanha. As defesas contra a Itália são chamadas linha Alpina.
O complexo de defesa possuía várias vias subterrâneas, obstáculos, baterias blindadas escalonadas em profundidade, postos de observação com abóbadas blindadas e paióis de munições a grande profundidade.
O primeiro a propor a construção de um sistema de defesa ao longo da fronteira alemã foi o Marechal Joffre em 1927. O princípio da linha Maginot, batizada com o nome do ministro da Defesa francês André Maginot (1877-1932), veterano mutilado da guerra de 1914-1918, foi debatido na França durante quase 10 anos pelo Conselho Superior de Guerra, sob a presidência do marechal Pétain. Os planos definitivos foram aprovados em 1929 por Paul Painlevé, então ministro da Guerra.
Neste mesmo ano, o Parlamento votou um primeiro financiamento de mais de 1 bilhão de francos franceses, e os trabalhos começaram em 1930. Os trabalhos foram realizados pela STG (Section Technique du Génie), sob a supervisão da CORF (Commission d'Organisation des Régions Fortifiées). Maginot tornou-se ministro da Guerra em 1929 e foi um ardente defensor da fortificação, mas morreu de intoxicação alimentar por ostras em 1932 e jamais pôde ver realizado seu grande sonho de defesa.
A maior parte dos trabalhos estava terminada em 1936, no momento em que a ameaça hitlerista parecia lhe dar toda a justificação de que precisava: era a mais formidável linha defensiva militar jamais construída no mundo, e era de grande complexidade tecnológica e militar. Seu custo total foi de 5 bilhões de francos franceses (da época). Planejada durante a década de 1920, a linha Maginot foi pensada para "guerra de trincheiras". Com suprimentos próprios de energia, munição e alimentos, a linha era uma série de fortalezas e estruturas interligadas, paralela à fronteira franco-germânica. Era composta de 108 edificações principais (fortes) a 15 km de distância uns dos outros, mais edificações menores e casamatas, e mais de 100 km de galerias.
A linha Maginot não evitou a derrota da França no início da Segunda Guerra Mundial, em 1940, na medida em que as divisões alemãs contornaram-na atacando a região de Sedan, além da sua extremidade oeste. Os exércitos aliados foram, assim, cortados ao meio: uma parte das tropas francesas, britânicas e belgas foi cercada e empurrada até as praias de Dunquerque, para onde os britânicos enviaram centenas de embarcações para recuperar os soldados presos nessa armadilha, no que ficou conhecido como a Operação Dínamo. As tropas do leste e regimentos dispostos atrás da linha ficaram presos entre a fronteira alemã e as divisões mecanizadas alemãs, que haviam alcançado a fronteira com a Suíça.
No início de junho as forças alemãs já haviam isolado a linha do resto da França, e o governo francês já dava sinais que aceitaria um armistício, que foi assinado em 22 de junho em Compiègne. Mas a linha ainda estava intacta e ocupada por um número considerável de oficiais desejando manter a posição e continuar a guerra; o avanço italiano foi contido com sucesso. Ainda assim, Maxime Weygand assinou a rendição e as tropas foram feitas prisioneiras.
A principal razão para a falha da linha Maginot é o fato de não se estender até ao Mar do Norte. Por diversas razões, entre as quais a falta de tempo e de financiamento, a sua construção foi interrompida a 20 km a leste de Sedan, em Montmédy, fazendo face à fronteira alemã, ao Grão-Ducado de Luxemburgo e a uma parte da fronteira franco-belga. O segmento Longuyon-Lauterbourg era particularmente reforçado, com edificações equipadas de artilharia pesada, enquanto que as defesas do Reno e a oeste de Longuyon eram menos fortes. Certas partes não haviam recebido o equipamento que lhes era destinado no momento da declaração da guerra.
Além disso, a neutralidade da Bélgica confortava os argumentos daqueles que não acreditavam em uma ofensiva inimiga a oeste da linha Maginot.
Foi assim que se desenvolveu um sentimento de segurança com a linha Maginot, onde praticamente cada francês estava convencido de que estava protegido de toda agressão alemã. No entanto, era preciso alguma ingenuidade ou incompetência para imaginar que a linha pudesse resistir suficientemente a um ataque violento e localizado, apoiado pela artilharia pesada e pela aviação moderna. Sem contar com a tática alemã do Blitzkrieg e de contornamento da linha pelas Ardenas. No pior dos casos, a linha poderia conter um ataque surpresa frontal durante o tempo necessário à França para organizar uma mobilização geral.
Neste contexto, os pedidos ansiosos do general De Gaulle e de Paul Reynaud em 1935 em favor do desenvolvimento de divisões blindadas para assegurar a defesa do território não coberto pela linha Maginot faziam sentido, mas não foram ouvidos. O general Maurin, então ministro da Guerra, durante um debate no Parlamento, respondeu a Paul Reynaud : « Como se pode ainda pensar em termos de ofensiva quando gastaram-se milhares de milhões para estabelecer uma fronteira fortificada ? »
No dia seguinte a essa declaração, Hitler rasgava simbolicamente o tratado de Versalhes e instituía a conscrição compulsória para 500 mil homens.
Após a guerra, a linha foi novamente ocupada pelos franceses que se beneficiaram de algumas modificações. Entretanto, quando a França entrou na OTAN (em 1966), grande parte das fortificações foram abandonadas. Com o crescimento da política nuclear independente francesa em 1969, a linha foi abandonada pelo governo, com seções postas em leilão público e o resto abandonado.
O termo "Linha Maginot" tem sido usado como metáfora para algo em que se confia apesar da sua ineficiência. Na verdade, ela fez exatamente aquilo para o qual fora planejada, protegendo uma parte da França e forçando o agressor a contorná-la (e os poucos fortes da linha Maginot que foram atacados pelos alemães resistiram muito bem). Como planejada inicialmente, a linha Maginot era parte de um largo plano de defesa, no qual os agressores deveriam encontrar tropas de resistência francesas, mas o planejamento falhou estrondosamente, fazendo com que a linha perdesse completamente sua razão de ser.
Hoje em dia, associações voluntárias restauraram grandes setores da linha, abrindo-a à visitas públicas, o que atrai muitos turistas à região. Passear pelos túneis e visitar os quilômetros de galerias, fortificações e as diversas dependências (quartos de dormir, cozinhas, enfermarias, arsenais, linhas férreas, etc) é uma experiência enriquecedora.