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A Nobreza Napoleônica, ou Nobreza do Primeiro Império Francês, é o conjunto de pessoas que receberam um título de nobreza durante o Império Napoleônico e o Governo dos Cem Dias, bem como os seus herdeiros, segundo a regra da primogenitura masculina. Napoleão pretendia constituir uma elite estável, saída da Revolução Francesa, com a atribuição de títulos inspirados nos do Ancien Régime, excluindo-se porém os títulos de visconde e marquês, e acrescentando o de príncipe, acompanhados de morgados.
Embora seja chamada de nobreza, não houve um enobrecimento por parte de Napoleão, senão uma distribuição de recompensas sob a forma de títulos.[1] Em 1814, à ocasião da Primeira Restauração, as pessoas que foram condecoradas por Napoleão foram reconhecidas[2][3] como "nova nobreza" pelo rei Luís XVIII no artigo 71 da Carta Constitucional de 4 junho de 1814.
Em 1804, aparecem as primeiras criações de títulos de príncipe na família imperial. Em 1806, são criados títulos de duque; e, em 1808, os de conde, barão e cavaleiro.
Anne Sandrine de Luca, em sua tese de doutorado sobre a história do direito e das instituições, considera que a "nobreza do império é um fenômeno jurídico antes de ser um fenômeno social.".[4] Eis atos legislativos:
Tais títulos não constituíam uma ordem social, nem dispunham de privilégios. No plano jurídico, a nobreza, enquanto ordem social privilegiada, foi abolida em 1790[9], exceto pelo morgado (que era necessário para que o título pudesse passar para herdeiros sucessivos). O morgado era um conjunto de bens fundiários ou de rendas imóveis e inalienáveis que produziam uma renda fixa cujo montante era proporcional ao grau de importância do título de distinção. Escapava à partilha de herança, e era transmitido junto com o título, segundo as regras de sucessão de descendência direta e legítima, natural ou adotiva, seguindo a primogenitura masculina.[10].
O decreto de 1º de março de 1808, concernente aos títulos dados pelo imperador, menciona os "títulos" (príncipes, duques, barões e cavaleiros) dados aos "titulares", mas não contém a palavra "nobreza".[6].
A nobreza imperial foi constituí por 22,5% de nobres do Ancien Régime (proporção que chega a até 40% a partir da categoria dos condes), 58% de burgueses e 19,5% oriundos do das classes populares, através do Exército.[11].
Ao todo, cerca de 3.300 títulos foram outorgados em recompensa por bravura militar e serviço civil: 34 príncipes e duques, 417 condes, 1.550 barões e 1.317 cavaleiros.
E. Campardon fez uma Lista dos nobres do Império em 1889, que Jean Tulard publicou com correções em 2003, na obra de título Napoléon et la noblesse d’Empire[12].
No interior desse grupo, a hierarquia dos títulos outorgados a certos indivíduos em função de seu pertencimento à família imperial, de sua graduação no exército ou de sua carreira administrativa (seja civil ou religiosa) replica a da antiga nobreza:
As funções enumeradas permitem uma obtenção como que automática do título. Essa nobreza é sobretudo uma nobreza de serviço, em grande maioria constituída de militares (67,9 %), aos quais se juntavam funcionários (22 %) e nobres do Ancien Régime. Essa nobreza não foi abolida pela seguinte, mas desaparece progressivamente por razões naturais, em razão do grande número de militares que a compunham.
Além dos membros da Família Imperial — Napoleão II, feito rei de Roma, prince impérial; de os outros príncipes franceses que se beneficiavam de diversos reinos e principados submissos ao Império, que tinham um estatuto jurídico próprio[13] · [14], e além dos príncipes Grandes Dignitários (cujo título se atrelava à dignidade), distinguem-se duas categorias de príncipes hereditários:
Titre | Personnalité | Date | Observations |
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Príncipe de Neuchâtel | Louis-Alexandre Berthier | 30/03/1806 | Príncipe de Wagram em 1809. Principado de Neuchâtel restituído em 1814 a Frederico Guilherme III da Prússia depois da abdicação de Berthier, mas o marechal permaneceu príncipe (de Wagram)[15]. |
Príncipe de Pontecorvo | Jean-Baptiste Jules Bernadotte | 05/06/1806 | Príncipe herdeiro da Suécia (e súbdito sueco) em 5 de novembro de 1810 por adoção do Rei Carlos XIII da Suécia (ao qual sucederá em 1818 como Rei da Suécia e da Noruega. Seus descendentes ainda reinam na Suécia.). Principado de Pontecorvo foi devolvido a Napolão, que deveria outorgar a soberania ao seu herdeiro Lucien Murat[16]. |
Príncipe de Benavento | Charles-Maurice de Talleyrand-Périgord | 05/06/1806 | Príncipe de Talleyrand a 6 de dezembro de 1814 por decreto de Luís XVIII. Principado de Bénévent restituído em 1815 à Santa Sé, mas Talleyrand permaneceu príncipe (entre outros títulos[17]) por causa do decreto de 1814[15] · [18]. Título de príncipe de Talleyrand extinto com o único titular em 1838. |
Príncipe de Eckmühl | Louis Nicolas Davout | 15/08/1809 | Extinto com seu filho em 1853. |
Príncipe de Wagram | Louis-Alexandre Berthier | 31/12/1809 | Também príncipe de Neufchâtel até 1814. Título de príncipe de Wagram extinto com seu tataraneto em 1918[19]. |
Príncipe de Essling | André Masséna | 31/01/1810 | Ainda existe. |
Príncipe de la Moskowa | Michel Ney | 25/03/1813 | Extinto com seu último descendente homem em 1969. |