No artigo de hoje vamos mergulhar no fascinante mundo de Própolis, explorando as suas diferentes facetas, a sua importância na sociedade atual e o seu impacto nas nossas vidas. Conheceremos sua história, suas aplicações e como evoluiu ao longo do tempo. Própolis é um tema que desperta o interesse de muita gente, pois sua relevância abrange diversas áreas, da ciência à cultura popular. Através deste artigo, esperamos oferecer uma visão abrangente de Própolis e proporcionar aos nossos leitores uma compreensão mais profunda deste aspecto atualmente muito significativo.
Própolis é uma substância resinosa que as abelhas coletam de exsudatos de plantas, incluindo flores, brotos de folhas, resinas e mucilagens. Este material é enriquecido com saliva de abelha, que contém enzimas como β-glicosidase, juntamente com outras enzimas salivares específicas de abelhas. Ela é amplamente utilizada na medicina tradicional.[1]
A cor, sabor e o aroma da própolis variam de acordo com sua origem botânica.
A palavra "própolis" é, na língua portuguesa, um substantivo de dois géneros e vem do grego: + , isto é, para o bem, em defesa da cidade, no caso, a colmeia.
Os gregos chamavam as portas de entrada de uma cidade de própolis , palavra formada pelo prefixo ‘pro-’ adicionado a ‘polis’ (cidade). Tempos depois, Plínio empregou esta palavra em latim para dar nome à cera – extraída da polpa das árvores – com a qual as abelhas recobrem a entrada de suas colmeias a fim de protegê-las contra fungos e bactérias.
A própolis contém diversos compostos bioativos com propriedades terapêuticas significativas. Sua composição química varia conforme a flora local, condições geográficas e climáticas, o que influencia diretamente seus compostos bioativos e efeitos sinérgicos.[1]
As propriedades antibióticas e fungicidas desta substância, que em nossa língua se chama própole, eram conhecidas desde a mais remota antiguidade pelos sacerdotes egípcios e pelos médicos gregos e romanos, assim como por algumas culturas sul americanas. [2]
Sua composição é de 55% resinas vegetais; 30% cera de abelhas; 8 a 10% de óleos essenciais; e 5% de pólen aproximadamente.
A própolis é uma substância complexa e rica em diversos componentes bioativos. Sua composição inclui uma ampla variedade de compostos, como ácidos fenólicos, benzofenonas preniladas, flavonoides (tanto na forma de glicosídeos quanto de agliconas e seus ésteres), compostos orgânicos voláteis, sesquiterpenos, quinonas, cumarinas, esteroides, aldeídos, álcoois, cetonas e aminoácidos. Além disso, a própolis é uma fonte notável de elementos essenciais, incluindo magnésio, níquel, cálcio, ferro, zinco, césio, manganês, prata, cobre, alumínio e vanádio. Sua riqueza nutricional é complementada pela presença de aminoácidos e vitaminas do complexo B, C e E, tornando-a uma substância de grande interesse para estudos científicos e aplicações terapêuticas.[1]
Sua composição varia significativamente dependendo da flora local, condições geográficas e clima. Os principais componentes incluem ácidos fenólicos, flavonoides, terpenos e outros metabólitos secundários. A própolis de zonas temperadas é rica em flavonoides e ésteres de ácido fenólico, enquanto a própolis brasileira verde contém principalmente fenilpropanoides prenilados. A própolis vermelha brasileira é caracterizada por isoflavonas e neoflavonoides.[1]
A própolis verde do Brasil está associada a planta Baccharis dracunculifolia, conhecida também como alecrim-do-campo, onde é nativo.[3][4][5]
A própolis vermelha do Brasil está associada as folhas e flores do cajueiro que serve de alimento para as abelhas africanas. Possui propriedades antioxidante, antibiótica e anti-inflamatória.[6][7]
A própolis vermelha contém isoflavonas e neoflavonoides distintas, como a formononetina. Ela exibe propriedades antimicrobianas, cicatrizantes e anticancerígenas, tornando-a um tipo valioso para uso medicinal.[1]
A própolis marrom se origina de uma variedade de plantas, incluindo Eucalyptus spp. e Baccharis spp. Sua composição química inclui flavonoides, ácidos fenólicos e ésteres aromáticos. A própolis marrom é o tipo mais comumente disponível e é amplamente utilizada em cosméticos e suplementos alimentares.[1]
A própolis apresenta uma notável diversidade em sua composição química, variando de acordo com sua origem geográfica e botânica. A própolis de bétula russa, derivada da Betula verrucosa, é rica em flavonas e flavonóis. Na Venezuela e em Cuba, a própolis originária das espécies Clusia minor e Clusia rosea caracteriza-se pela presença de benzofenonas poliisopreniladas. A própolis chilena, associada a espécies como Eucalyptus e Ricinus, contém fenilpropanos, benzaldeídos, di-hidrobenzofuranos, benzopiranos e lignanas. No Pacífico, amostras de Taiwan e Japão (Okinawa) são ricas em flavanonas preniladas, ligadas à Macaranga tanarius. A própolis chinesa destaca-se pela presença de pinobanksina, ácidos fenólicos e flavonoides como pinocembrina e crisina. Na Indonésia, foram identificados compostos como petunidina e gingerol C, enquanto na Nova Zelândia, dumasina e miristicina são únicos. A própolis brasileira é conhecida pela retusapurpurina A na variedade vermelha e artepilina C na verde. Amostras das Ilhas Canárias, Colômbia e Costa Rica apresentam, respectivamente, lignanas furofurânicas, crisosplenol-O-metil-éter e nemorosona. Em outras regiões como Cazaquistão, Índia e Turquia, destacam-se flavonoides, compostos polifenólicos e marcadores específicos como lasiocarpinas. Estudos no México e na Nigéria revelaram a presença de antraquinonas e derivados de flavonoides, evidenciando a ampla variedade fitoquímica da própolis em diferentes partes do mundo.[1]
Dos mais de 200 compostos químicos já identificados na própolis, entre os principais compostos ativos podemos citar os compostos flavonoides, ácidos aromáticos, terpenoides, aldeídos, álcoois, ácidos alifáticos e ésteres, aminoácidos, esteroides, açúcares, etc.
A própolis contém diversos compostos bioativos com propriedades terapêuticas significativas. Sua composição química varia conforme a flora local, condições geográficas e climáticas, o que influencia diretamente seus compostos bioativos e efeitos sinérgicos.[1]
A extração e purificação são necessárias para remover substâncias inertes e reter polifenóis, considerados os componentes mais importantes. O método de extração e a polaridade do solvente afetam significativamente a composição bioquímica e biodisponibilidade dos extratos.[1]
Métodos convencionais incluem:
Maceração: amplamente utilizada, envolve separação dos compostos ativos após extração[1]
Extração etanólica: eficaz na solubilização de compostos fenólicos, mas pode causar irritação em grupos sensíveis[1]
Solventes alternativos: propilenoglicol, polietilenoglicol, glicerol e óleos vegetais oferecem opções mais seguras[1]
Técnicas inovadoras de extração incluem:
Extração ultrassônica: rápida extração de flavonoides em baixas temperaturas[1]
Combinação de ultrassom e micro-ondas: extração rápida e eficiente em condições amenas[1]
Extração de ultra-alta pressão: aumenta penetração do solvente e transferência de massa[1]
Extração com fluidos supercríticos: preserva compostos termossensíveis sem deixar resíduos[1]
Técnicas avançadas são essenciais para caracterizar precisamente a complexa composição química da própolis, composta por centenas de compostos incluindo polifenóis, flavonoides, terpenos e outros metabólitos secundários.[1]
Principais técnicas utilizadas:
Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (HPLC): amplamente utilizada para separação, identificação e quantificação de compostos fenólicos e flavonoides[1]
Cromatografia Líquida de Ultra-Alta Eficiência acoplada à Espectrometria de Massas em Tandem (UHPLC-QqQ-MS/MS): técnica altamente sensível para determinação de compostos fenólicos[1]
Cromatografia Líquida acoplada à Espectrometria de Massas em Tandem por Ionização por Electrospray (LC-ESI-MS/MS): permite identificação precisa de compostos bioativos[1]
Espectrometria de Massas por Tempo de Voo (QTOF-MS): oferece alta resolução e precisão na determinação da massa molecular, útil para identificação de novos compostos[1]
Estas técnicas avançadas são fundamentais para explorar a complexidade química da própolis, identificar compostos responsáveis por suas propriedades biológicas e desenvolver novas aplicações farmacêuticas e nutracêuticas.[1]
Entre as propriedades medicinais do própolis encontram-se sua ação:
Bertolucci et al, 2025[1], identificaram diversos compostos bioativos da própolis com efeitos benéficos na saúde óssea:
Éster fenetílico do ácido cafeico (CAPE): Inibe a formação de osteoclastos e estimula a atividade dos osteoblastos.[1]
Apigenina: Promove a osteogênese e inibe a osteoclastogênese através da modulação da via Wnt/β-catenina.[1]
Quercetina: Inibe a formação de osteoclastos e promove a diferenciação de osteoblastos.[1]
Ácido ferúlico: Suprime a diferenciação de osteoclastos e protege contra a osteoporose induzida por glicocorticoides.[1]
Pinocembrina: Inibe a formação de osteoclastos e promove a diferenciação de osteoblastos.[1]
Kaempferol: Estimula a proliferação e diferenciação osteogênica de células-tronco mesenquimais.[1]
Ácido p-cumárico: Inibe a osteoclastogênese e estimula o crescimento ósseo.[1]
Galangina: Suprime a progressão do osteossarcoma e protege contra a osteoporose induzida por glicocorticoides.[1]
Estes compostos atuam através de diversos mecanismos, incluindo modulação de vias de sinalização, efeitos antioxidantes e anti-inflamatórios, e regulação da expressão gênica relacionada ao metabolismo ósseo.[1]
É utilizada pelas abelhas de diversas formas:
Foi recentemente mostrado que as abelhas puderam sobreviver por um tempo mais longo quando tinham usado a própolis para selar as fendas da colmeia. Isso é provavelmente porque a própolis, feita de 50% de resina, contém bastantes moléculas com funções antibióticas.[11]
A própolis possui diversas propriedades biológicas e terapêuticas.
Desde a Antiguidade, a própolis já era utilizada como medicamento popular no tratamento de feridas e infecções. As histórias das medicinas das civilizações Chinesa e Mediterrâneas(como Egípcia, Grega etc) são ricas, todas contendo em seus escritos antigos centenas de receitas onde entram principalmente mel, própolis, larvas de abelhas e às vezes as próprias abelhas, para curar ou prevenir enfermidades. A própolis é conhecida como um poderoso antibiótico natural. Sprays de própolis são recomendados para combater dores de garganta.
Quando os antigos egípcios perceberam que as abelhas utilizavam a própolis para isolar animais invasores e evitar sua putrefação, passaram a empregar o material na preservação de suas múmias, muitas das quais permanecem conservadas até os dias atuais.[12]
Hoje a própolis é utilizada com maior freqüência na prevenção e tratamento de feridas e infecções da via oral, também como antimicótico e cicatrizante, muitas vezes usada como spray. Estudos mais recentes indicam eficiente ação de alguns de seus compostos ativos com ação imunoestimulante e antitumoral.
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(ajuda). PMID 39857415 Verifique |pmid=
(ajuda). doi:10.3390/antiox14010081. Consultado em 19 de fevereiro de 2025