Syn de Conde

Syn de Conde, pseudônimo de Sinésio Mariano de Aguiar (Belém, 14 de junho de 1894 — Rio de Janeiro, 29 de maio de 1990) foi um futebolista, dançarino e ator paraense.^[1][2] É considerado o primeiro ator do Brasil a atuar em Hollywood.^[1]

Syn nasceu na cidade de Belém do Pará, em 14 de junho de 1894, filho de um rico industrial da região, que prosperou na época do ciclo da borracha.^[2] Tentou ser um jogado profissional de futebol, mas como era de padrão na época, os jovens afortunados eram enviados a Europa para estudar, normalmente a Suíça, mas decidiu estudar em Paris, onde conheceu a boemia e entregou-se a ela.^[2]

Na França, decidiu mudar-se secretamente aos Estados Unidos.^[2] Para disfarçar o abandono dos estudos, escrevia para amigos na Europa, que remetiam as suas cartas de Paris à família, enganando-os.^[2] Em Los Angeles ele trabalhava como dançarino nos cabarés parisienses (ritmo maxixe),^[2] e dividia o quarto de uma pensão com o jovem italiano Rudolph Valentino que sonhava em trabalhar no cinema.^[2]

Em 1918 o jovem, que já estava há dois anos em Los Angeles, foi tomar chá em um hotel luxuoso, onde se encantou com a jovem Alla Nazimova que estava no local, e pediu para o garçom levar à mesa um buquê de rosas. A moça retribuiu a gentileza entregando-lhe seu cartão de visitas, com o local e hora para se encontrarem. O local indicado era um estúdio de cinema, onde ele viu Nazimova gravando algumas cenas de um novo filme, onde um ator dançava a dança apache (popular na época nos cafés parisienses).^[2] Syn informou ao diretor que os passos estavam errados, e demonstrou a forma certa do ritmo. O ator inicialmente contratado foi demitido, e Syn de Conde foi contratado para o papel, estreando no cinema em Revelação (do inglês Revelation, 1918).^[2]

Foi o primeiro ator brasileiro a atuar em Hollywood, na época do cinema mudo, com uma carreira que durou apenas três anos,^[2] participando em nove filmes.^[1] Casou-se com norte-americana Anna Pauley.^[2]

Mas em 1921 um amigo do pai de Syn, informou a este que o viu no filme Chama do Deserto, que estava sendo exibido no Cine Olympia, de Belém.^[2] O pai incrédulo foi a sala de projeção e descobriu que o filho, que deveria estar em Paris, estava escondido em Hollywood.^[2] Ao descobrir ordenou que ele voltasse imediatamente para casa.^[2]

Em 1927, retornou ao Brasil e seguiu trabalhou como funcionário público^[1] do Ministério da Agricultura, até se aposentar.^[2] Neste mesmo ano, durante uma viagem ao Rio de Janeiro, com saudades da fama, escalou um prédio na Avenida Rio Branco, imitando a cena de Harrold Lloyd no filme O Homem Mosca (Safety Last, 1923), ganhando novamente destaque nas publicações brasileiras.^[2]

No Brasil também foi professor de inglês, e casou-se novamente, mas nunca teve filhos.^[2]

Em 1974, a Cinemateca do Rio de Janeiro o homenageou com uma exposição de fotos e cartas dos tempos de Hollywood. Em 1984, a mesma instituição fez uma mostra com alguns de seus filmes.^[2]

Syn morreu em 29 de maio de 1990, aos 95 anos, no Rio de Janeiro, de insuficiência cardíaca. Seu túmulo foi redescoberto recentemente pelo pesquisador Daniel Carvalho e registrado como forma de homenagem por Welson Rocha em seu canal "Meu Brasil de Histórias", do YouTube.

Todas os filmes atuados por Syn de Conde^[2]. 

• Lia Torá, primeira atriz brasileira em Hollywood

Referências

• Entrevista com jornalista e videomaker ISMAELINO PINTO no YouTube, V Semana do Patrimônio Audiovisual da Amazônia

• Portal de biografias
• Portal do cinema
• Portal do Pará