No mundo de hoje, Auxílio Brasil tornou-se um tema de grande relevância e interesse para um amplo espectro da sociedade. Desde o seu surgimento, Auxílio Brasil tem captado a atenção de académicos, investigadores, profissionais e do público em geral devido ao seu impacto significativo em diversas áreas. Ao longo do tempo, Auxílio Brasil evoluiu e gerou intermináveis debates, análises e reflexões que buscam compreender suas implicações e consequências. Neste artigo, exploraremos a fundo o fenômeno Auxílio Brasil, examinando suas diversas facetas e investigando sua importância no contexto atual.
O Auxílio Brasil foi um programa de transferência de renda instituído durante o Governo Jair Bolsonaro em 20 de outubro de 2021.[1][2] Após uma longa tramitação no Legislativo, Bolsonaro sancionou, com vetos, a lei que criou oficialmente o Auxílio Brasil, no dia 20 de outubro de 2021. O programa substituiu o Bolsa Família criado durante o Governo Lula.[3]
Após Lula ser eleito presidente novamente em 2022, foi anunciado que o programa voltaria a se chamar Bolsa Família.[4]
Em 2023, ocorreu o re-lançamento do Bolsa Família, com a promessa de um auxílio mínimo de 600 reais, valor do Auxílio Brasil até dezembro de 2022.[5]
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38.º Presidente do Brasil ![]() |
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Em julho de 2020, o ministro da Economia Paulo Guedes propôs um novo programa para substituir o Bolsa Família e outros programas sociais.[6] O programa, denominado "Renda Brasil", teria a característica de ser uma única política de renda básica, unificando vários programas sociais, como o auxílio emergencial, pago durante a pandemia de COVID-19 e outras situações de calamidade. A proposta previa ainda um aumento no valor dos benefícios pagos pelo Bolsa Família.[7] Porém, em 15 de setembro do mesmo ano, o presidente Bolsonaro anunciou a desistência da criação do programa, devido à dificuldade em conseguir meios para financiá-lo.[8] Em 28 de setembro de 2020, surge o "Renda Cidadã", que propunha obter os fundos a partir do uso de recursos financeiros usados para pagar precatórios - dívidas do governo após uma decisão judicial - e alocar parte da ampliação da verba do Fundeb para o novo programa.[9]
Em 9 de agosto de 2021, é publicada a MP 1061/21, que entraria em vigor em 90 dias após sua publicação, substituindo o Bolsa Família.[10] Em 20 de outubro de 2021, houve o anúncio do Auxílio Brasil pelo governo federal, prometendo pagamentos mensais de 400 reais até 2022, e um reajuste permanente de 20% comparado ao valor pago pelo Bolsa Família.[1][2] A MP foi aprovada no Congresso em 25 de novembro de 2021[11] e em 2 de dezembro de 2021 no Senado. A aprovação da PEC dos precatórios abriu no Orçamento da União de 2022 um espaço fiscal estimado em R$ 106 bilhões para bancar os R$ 400 mensais aos beneficiários do Auxílio Brasil até o fim de 2022.[12]
Os esforços de repor o Bolsa Família foram criticados pela oposição política, que acusaram Bolsonaro de tentar se apropriar do programa social por motivos políticos.[11] Na imprensa, a Folha de S.Paulo, em um editorial, afirma que o novo programa focaliza em estratos da população em que Bolsonaro é menos popular, como "os mais pobres, os nordestinos e os desempregados", mas deixa de lado uma das "virtudes" do Bolsa Família, a de destinar recursos para grandes famílias.[13] O jornal O Globo elogia alguns dos novos auxílios financeiros do programa, mas, ao mesmo tempo, os crítica pela falta de estudos e uma estratégia de longo prazo. Também afirma ser um "oportunismo eleitoral".[14] Em uma pesquisa de opinião feita pela Datafolha, 43% reagiram de forma negativa às mudanças, enquanto 41% reagiram de forma positiva.[15]
Houve um aumento das famílias dependentes do programa desde o seu lançamento. Em abril de 2022, o número de pessoas que recebem o auxílio supera o número de pessoas com carteira assinada em 12 unidades federativas.[16]
Com a PEC 15/2022, também conhecida como "PEC Kamikaze" ou "PEC das Bondades"[17], o valor dos benefícios financeiros foram elevados até o dia 31 de dezembro de 2022,[18] com um adicional temporário de R$ 200,00,[19][20][21] além do aumento do Auxílio-gás, e cria o Auxílio caminhoneiro e Auxílio Taxista, ambos com fim em dezembro de 2022.[22][23] A PEC foi criticada pelos candidatos das eleições de 2022,[24][25][21] com preocupações sobre os gastos do próximo ano.[26]
Em pesquisa realizada pela Datafolha entre os dias 27 e 28 de julho, 56% dos eleitores consideram o benefício de R$ 600,00 insuficiente, enquanto 38% o consideram suficiente; 61% dos entrevistados consideraram que a medida tinha como objetivo ganhar votos, com 31% afirmando que a medida procura ajudar quem precisa.[27]
Durante o governo Bolsonaro, foi sancionada uma medida provisória que autoriza a concessão de empréstimo consignado aos beneficiários do programa,[28] que ainda precisa ser regulamentada pelo Ministério da Cidadania.[29][30] De acordo com uma notícia do G1, muito dos brasileiros que iriam pegar o empréstimo consignado iriam pagar por "geladeira, dentadura e aluguel".[31]
A medida foi criticada.[28] Por um lado, criticasse a possibilidade do beneficiado parar de receber o Auxílio Brasil ou receber um valor menor, mas precisar continuar pagar o empréstimo, aumentando as chances de endividamento.[28] Além disso, várias pessoas e entidades publicaram uma nota pedindo o adiamento do empréstimo consignado aos beneficiários dos programas, como organizações jurídicas, professores, políticos, e influenciadores digitais também criticaram a medida.[32][33][34][35] Após o Tribunal de Contas da União sugerir a suspensão desses empréstimos, a Caixa Econômica Federal congelou novos empréstimos por um dia.[36] Clientes do empréstimo consignado relataram atrasos nos depósitos e encargos adicionais após fechar o negócio.[37]
A concessão dos empréstimos foi suspensa pela Caixa Econômica Federal no dia 12 de janeiro de 2023, após a posse do novo presidente da Caixa Econômica.[38] O governo Lula decidiu por limitar o pagamento dos empréstimos ao valor de 5% do auxílio financeiro, e diminuindo os juros a 2,5% por mês.[39][40]
A Caixa anunciou que o programa começaria a ser pago a partir do dia 17 de novembro de 2021,[41] mesmo regulamento adotado pelo Bolsa Família, programa anterior. O valor inicial era de um tíquete que valia em média R$ 224,00 somado a uma medida temporária que dá o restante do valor para que se chegue a R$ 400,00.[42][43] A oposição do governo Bolsonaro na Câmara de Deputados queria aumentar o valor para R$ 600,00. Na época, o governo federal foi contra a proposta, argumentando que caso o valor aumentasse, o programa se tornaria insustentável e evitar acusações de violação da lei eleitoral.[42][44]
O valor mínimo para o auxílio financeiro foi elevado para R$ 600,00 após a promulgação da PEC 15/2022, sendo válida até o fim de 2022.[22]
O Auxílio Brasil é composto por 9 benefícios financeiros, com diferentes exigências. Esses benefícios incluem:[45][46]
O Auxílio Brasil atingirá de modo focalizado boa parte dos eleitores que hoje não querem reeleger Bolsonaro: os mais pobres, os nordestinos e os desempregados. ela deixou de lado uma das maiores virtudes do Bolsa Família: destinar maiores recursos às famílias mais numerosas, sobretudo aquelas com crianças.
O governo publicou nesta quarta-feira (20) uma portaria que regulamenta o aumento de R$ 200 do Auxílio Brasil até o final do ano, para R$ 600 mensais – de acordo com a PEC dos Benefícios, proposta que turbina benefícios sociais às vésperas da eleição ao decretar estado de emergência no País.
O Ministério da Cidadania informou que o benefício é permanente, e a lei que estabeleceu o programa não tem prazo. O que deixará de ser pago na data mencionada pelo candidato petista é o acréscimo de R$ 200 sobre o valor do auxílio. Hoje, são pagos R$ 600, e, em janeiro de 2023, esse valor deve ser reduzido para R$ 400.
Economistas ouvidos pela BBC News Brasil, porém, alertam que PEC apoiada pelo governo pode ter efeitos negativos na economia no curto, médio e longo prazos. Entre eles estão: o aumento das despesas públicas, desconfiança do mercado sobre a política fiscal; pressão sobre a taxa de juros; aumento da inflação; e dificuldades fiscais para quem quer que assuma o governo em 2023.
A economista Ione Amorim, coordenadora de serviços financeiros do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor), afirmou ao Nexo que é esperado que os bancos adotem juros altos porque há risco de inadimplência. “Não pela falta do pagamento – porque o desconto vai ser direto no benefício –, mas pela possibilidade de essas pessoas saírem a qualquer momento da condição de beneficiária do programa”, disse.
Para o economista Marcelo Neri, diretor da FGV Social, o incentivo ao crédito consignado sem impor um teto para os juros, no cenário atual, é perigoso: 'Esse público não tem experiência de crédito e, sem teto para os juros, com a taxa Selic alta e a inflação do jeito que está, a medida se torna perigosa, porque o valor do benefício vai cair. Agora não é hora de as pessoas tomarem crédito, é uma hora em que elas deveriam poupar. Esses R$ 600 vão cair para R$ 400 em janeiro de 2023.'