Grécia romana é o período da História da Grécia após a vitória romana sobre os coríntios, na Batalha de Corinto, em 146 a.C., até o restabelecimento da cidade de Bizâncio e sua nomeação pelo imperador Constantino como a capital do Império Romano (nomeada Nova Roma, posteriormente Constantinopla) em 330 d.C..
A Península Grega ficou sob domínio romano a partir de 146 a.C., com o sul da Grécia sob a vigilância da província Macedônica, anexada por Roma desde 167 a.C.. No entanto, algumas pólis gregas conseguiram manter uma independência parcial e evitar a tributação. As ilhas do Mar Egeu foram adicionadas a este território em 133 a.C.. Atenas e outras cidades gregas se rebelaram em 88 a.C., e a península foi esmagada pelo general romano Sila. As guerras civis romanas devastaram ainda mais a região, até o imperador Augusto organizar a península como a Província de Acaia em 27 a.C..
Mapa da maior extensão do Império Romano 117, sob Trajano.A Grécia foi fundamental como província oriental do Império Romano, principalmente por sua influência na cultura romana, que passou a ser conhecida como Cultura Greco-Romana. A língua grega serviu como língua franca no Leste e na Itália, e muitos intelectuais gregos, como Galeno, iriam realizar a maior parte do seu trabalho em Roma. A ambição romana pela região grega estava relacionada com a sua admiração pela cultura, literatura e arte, o que levou a um processo de aculturação.
O mais interessante é o fato de que a cultura helenística, mesmo tendo sido preservada sob o domínio do Império Romano, foi se modificando e se desenvolvendo, tornando-se mais rica. O legado que acreditamos ser grego na Renascença cultural da Europa, na verdade é da civilização da Roma Antiga, pois deriva dessa mescla da cultura helenística original e seu desenvolvimento no período romano. Os imperadores romanos mantiveram uma admiração por coisas gregas. O Imperador Nero visitou a Grécia em 66 d.C. e se apresentou nos Jogos Olímpicos Antigos, apesar das regras contra a participação de não-gregos. Naturalmente, ele foi homenageado com uma vitória em cada concurso, e em 67, proclamou a liberdade dos gregos nos Jogos Ístmicos em Corinto. Adriano foi um dos imperadores que mais propagou o helenismo, tendo construído seu Arco de Adriano na Grécia.
Arco de Adriano em Atenas, com a Acrópole vista ao fundo.Além disso, muitos deles contribuíram com novos edifícios para cidades gregas, especialmente com a Ágora ateniense, onde a Agripeia de Marco Agripa, a biblioteca de Panteno e a Torre dos ventos, entre outros, foram construídos. A vida na Grécia continuou sob o Império Romano. A cultura romana foi muito influenciada pelos gregos; como mostra a famosa frase de Horácio: Graecia capta ferum victorem cepit et artes / Intulit agresti Latio. Os épicos de Homero inspiraram a Eneida de Virgílio, e autores como Sêneca, o Jovem, que escreveu peças de teatro a partir do modelo grego. Na República, nobres tradicionalistas como Catão, que consideravam os gregos degenerados e mesquinhos, foram os principais adversários políticos de heróis romanos como Cipião Africano, que tendiam a estudar filosofia e resguardar a cultura grega e a ciência como um exemplo a ser seguido.
O historiador Géza Alfödy explica que a integração entre as províncias e Roma levou a um surto de desenvolvimento econômico e à integração das populações provinciais, no sentido de que foram progressivamente adquirindo o status de cidadania romana, até a integração jurídica total com o decreto de Caracala, em 212. No quesito econômico, o desenvolvimento obtido não atingiu somente Roma, mas sim todo o Império, o que levou à perda do predomínio econômico da Itália para outras regiões. O alargamento do sistema econômico, somado ao da organização social romana disseminada pelo Império, proporcionou a ascensão de famílias dominantes das províncias e mesmo de habitantes de extratos mais baixos na classe dirigente do Império. O primeiro imperador das províncias a subir ao trono foi Trajano. Este fato se explica porque alguns dos imperadores posteriores a Trajano tinham grande interesse por outras culturas, além da romana. Somando-se a este fator, famílias ricas gregas passaram a ascender politicamente no próprio Senado romano, como é o caso do historiador e senador Dião Cássio, no século II.
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Durante o segundo e terceiro século, a Grécia foi dividida em províncias, e, logo após, a Macedônia sofreu o mesmo processo. Além disso, enfrentaram diversas invasões de povos, como os Visigodos.
A Grécia permaneceu parte da, relativamente unificada, metade oriental do Império. Contrariamente às desatualizadas visões da Antiguidade tardia, a península grega foi provavelmente uma das regiões melhor desenvolvidas do Império Romano. Cenários mais antigos da pobreza, desertificação, destruição de bárbaros e decadência civil foram revistos em luz de descobertas arqueológicas recentes. Na verdade, a pólis, como instituição, parece ter permanecido próspera até, pelo menos o século VI, devido à tradição de desenvolvimento urbano do Oriente grego. Textos contemporâneos, como o do filósofo estoico Hiérocles, afirmam que a Grécia da Antiguidade tardia foi altamente urbanizada e continha aproximadamente 80 cidades. Esta visão de extrema prosperidade é amplamente aceita hoje, e presume-se, entre os séculos IV e VII, que a Grécia pode ter sido uma das regiões economicamente mais ativas do Mediterrâneo Oriental.
Ao mesmo tempo, a Grécia e o resto do Império Romano do Oriente ficaram sob a influência do Cristianismo primitivo. Paulo de Tarso pregou na Macedônia e na Acaia, e seu status de cidadão romano lhe dava ampla margem para se movimentar por diversas regiões no Império. Devido às suas pregações, a Grécia logo se tornou uma das mais altamente cristianizadas áreas do Império.
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