Little Boy

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Little Boy
Tipo Arma nuclear
Local de origem  Estados Unidos
História operacional
Em serviço 6 de agosto de 1945
Utilizadores  Estados Unidos
Guerras Segunda Guerra Mundial
Histórico de produção
Quantidade
produzida
1
Especificações
Peso 4 ton
Comprimento 3,2 m
Largura 71 cm
Diâmetro 60 cm
Carga explosiva Urânio-235
Peso da carga
explosiva
65 kg
Poder explosivo 15 quilotons de TNT
Esta caixa:

Little Boy ("menininho", em português) é o código da bomba atômica lançada sobre Hiroshima, no Japão, em 6 de agosto de 1945, segunda-feira, ao término da Segunda Guerra Mundial.

Após ter sido largado a partir do avião denominado Enola Gay (um modelo B-29 Superfortress) pilotado pelo então tenente-coronel Paul Tibbets, a cerca de 9 450 m (31 000 pés) de altitude, o artefato explodiu aproximadamente às 8h15 da manhã (hora local) a cerca de 600 m do solo, com uma explosão de potência equivalente à de 15 Kilotons de TNT. Foi a primeira das duas únicas armas nucleares que foram utilizadas em guerra.

A Little Boy tinha 3 metros em comprimento, 71 centímetros de largura e massa de aproximadamente 4 400 quilos. O projeto tinha um mecanismo igual ao de uma arma para explodir uma massa de urânio-235 e três anéis de U-235, iniciando uma reação nuclear em cadeia. Continha 65 quilos de U-235. O urânio foi enriquecido nas enormes fábricas de Oak Ridge, no Tennessee, durante o Projeto Manhattan.

Aproximadamente 70 mil pessoas foram mortas como um resultado direto da explosão, e um número equivalente de pessoas foram feridas. Um maior número de pessoas foram morrendo após a explosão devido a grande exposição a radiação após o ataque por causa de cânceres. Também muitas mães grávidas perderam os seus filhos e em outros casos as crianças nasceram com deformações.

Estrutura

Diagrama da arma de fissão do tipo balístico.
  1. Estabilizador;
  2. Estrutura do detonador;
  3. Detonador;
  4. Explosivo (cordite);
  5. Projétil de Urânio-235 (peso total 26 kg);
  6. Entradas para o instrumento de medição e barômetro;
  7. Fuselagem;
  8. Controle de detonação;
  9. Cano de aço de 10 cm de diâmetro e 2 m de comprimento;
  10. Antenas do radar:
  11. Cabos para conexão;
  12. Estrutura de suporte do alvo de urânio;
  13. Urânio-235 alvo com 38 kg;
  14. Refletor de nêutrons de Carboneto de tungstênio;
  15. Iniciador de nêutrons;
  16. Estrutura de suporte do alvo de urânio;
  17. Cavidade para receber o cilindro de boro de segurança.

Após a destruição

O operador de controle da Japanese Broadcasting Corporation, em Tóquio, reparou que a estação de Hiroshima tinha saído do ar. Ele tentou restabelecer o seu programa usando outra linha telefónica, mas esta também falhou. Cerca de vinte minutos mais tarde, o centro telegráfico de Tóquio verificou que a principal linha telegráfica tinha deixado de funcionar logo ao norte de Hiroshima. De algumas pequenas estações de caminho-de-ferro a menos de 16 km da cidade chegaram notícias não oficiais e confusas de uma terrível explosão em Hiroshima. Todas estas notícias foram transmitidas para o Quartel-General do Estado-Maior japonês.

Bases militares tentaram repetidamente chamar a Estação de Controle do Exército em Hiroshima. O silêncio completo daquela cidade confundiu os homens do Quartel-General; eles sabiam não ter ocorrido qualquer grande ataque inimigo e que não havia uma grande quantidade de explosivos em Hiroshima naquela altura. Um jovem oficial do Estado-Maior japonês foi instruído para voar imediatamente para Hiroshima, para aterrar, observar os danos, regressar a Tóquio e apresentar ao Estado-Maior informação fiável. A opinião mais ou menos geral, no Quartel-General, era de que nada de importante tinha ocorrido, que tudo não passava de um terrível rumor deflagrado por algumas centelhas de verdade.

O oficial dirigiu-se ao aeroporto e decolou em direcção a sudoeste. Após voar durante aproximadamente três horas, ainda a uma distância de 160 km de Hiroshima, ele e o seu piloto viram uma imensa nuvem de fumo da bomba. Na soalheira tarde, os restos de Hiroshima ardiam. O avião em breve chegou à cidade, à volta da qual ambos fizeram círculos sem acreditar no que viam. Uma grande cicatriz no solo ainda a arder, coberto por uma pesada nuvem de fumo, era tudo o que restava. Aterraram a sul da cidade e o oficial, após contactar com Tóquio, começou imediatamente a organizar medidas de socorro. O conhecimento por parte de Tóquio do que realmente tinha causado o desastre veio do anúncio público da Casa Branca, em Washington, dezesseis horas após o ataque nuclear a Hiroshima.

Relatos

Veja o depoimento Sumie Kuramoto, que presenciou o ataque aos 16 anos de idade:

Estruturas sobreviventes

A "Cúpula Genbaku" atualmente.

Alguns dos edifícios de concreto armado reforçado de Hiroshima foram construídos tendo em mente o perigo, sempre presente, de terremotos, pelo que, muito embora estivessem localizados no centro da cidade, a sua hiperestrutura não colapsou. Como a bomba detonou no ar, a onda de choque foi orientada mais na vertical (de cima para baixo) do que na horizontal, fator largamente responsável pela sobrevivência do que é hoje conhecido por "Cúpula Genbaku", ou "Cúpula da Bomba Atómica", projectada e construída pelo arquiteto checo Jan Letzel, a qual estava a apenas a 150 m do hipocentro da explosão. A ruína foi chamada de Memorial da Paz de Hiroshima e foi tornada Património Mundial pela UNESCO em 1996, decisão que enfrentou objecções por parte dos Estados Unidos e da China.

Ver também

Referências

  1. Swanson, Ana (5 de agosto de 2015). «What it would look like if the Hiroshima bomb hit your city». Washington Post (em inglês). ISSN 0190-8286 
  2. Tabela com números de vítimas de bombas nucleares
  3. «White House Press Release on Hiroshima | The Bombing of Hiroshima and Nagasaki | Historical Documents». atomicarchive.com. Consultado em 6 de agosto de 2005 
  4. "Guerra na Paz" VOL. 1 (pág. 39), Ed. rioGráfica (versão original em inglês publicada pela Orbis Publishing Co.), 1984
  5. «unesco.org». Consultado em 6 de agosto de 2005