Hoje em dia, MRV Engenharia se tornou um tema recorrente em nossas conversas diárias. Seja no local de trabalho, na política, na cultura popular ou nas nossas relações pessoais, MRV Engenharia está presente de uma forma ou de outra. No entanto, apesar de sua onipresença, ainda existem muitas dúvidas e questionamentos em torno de MRV Engenharia. Neste artigo exploraremos em profundidade os diferentes aspectos de MRV Engenharia, desde a sua origem e evolução até ao seu impacto na sociedade actual. Através de um olhar crítico e reflexivo, buscaremos entender melhor o que realmente é MRV Engenharia e como ela influencia nossas vidas.
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MRV Engenharia | |
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Razão social | MRV Engenharia e Participações S/A |
Empresa de capital aberto | |
Slogan | Construindo sonhos que transformam o mundo |
Cotação | B3: MRVE3 |
Atividade | Construção Civil |
Gênero | Sociedade anônima |
Fundação | 1979 (46 anos) |
Sede | Belo Horizonte, Minas Gerais, ![]() |
Área(s) servida(s) | ![]() ![]() |
Proprietário(s) | Grupo MRV&Co |
Presidente | Rafael Nazareth Menin Teixeira e Eduardo Fischer Teixeira de Souza, CEO |
Pessoas-chave | Rubens Menin Teixeira de Souza (Chairman) |
Empregados | 22 308 (2021)[1] |
Subsidiárias | |
Valor de mercado | ![]() |
Ativos | ![]() |
Lucro | ![]() |
Faturamento | ![]() |
Website oficial | www.mrv.com.br |
A MRV Engenharia é uma construtora brasileira sediada na cidade de Belo Horizonte. Rubens Menin Teixeira de Souza é o acionista majoritário, Rafael Menin e Eduardo Fischer são co-presidentes da empresa.[4]
A MRV foi fundada em Belo Horizonte em 1979 pelos sócios Rubens Menin Teixeira de Souza, Mário Lúcio Pinheiro Menin e a Vega Engenharia, com o objetivo de construir e incorporar empreendimentos residenciais na capital mineira com foco na classe média. O nome MRV foi criado a partir das iniciais dos nomes dos 3 sócios. [5][6][7]
Dois anos após sua fundação, a Vega Engenharia se retirou da sociedade MRV Serviços de Engenharia. No ano seguinte, a MRV entregou as primeiras casas construídas em Belo Horizonte.[5]
Em 2007, a MRV realizou sua abertura de capital, o que acelerou seu crescimento nos anos seguintes.[8][9]
No mesmo ano, a MRV Engenharia e Participações e a Caixa Econômica Federal assinaram na sede da Caixa em Brasília, um protocolo de intenções e um contrato que tornou empresa a primeira construtora correspondente negocial da Caixa no setor imobiliário.[10][9]
Segundo levantamento realizado entre a Revista Istoé Dinheiro e a consultoria Brand Analytics/Millward Brown, a MRV Engenharia teve sua marca ranqueada como a 28ª mais valiosa do Brasil.[11]
Segundo dados do ITC, a MRV foi considerada a maior construtora do Brasil em 2012. Em termos de faturamento, a MRV Engenharia é a 13ª maior construtora brasileira atingindo US$457 milhões, segundo a Câmara Brasileira da Indústria da Construção.[12] A brasileira MRV Engenharia é a empresa do setor de construção de edifícios residenciais com o maior lucro na América Latina e nos Estados Unidos, [13] segundo estudo da consultoria Economática, com base nas demonstrações financeiras do mesmo ano.
Em 2019, a MRV registrou o melhor ano de sua história, até aquela data, do ponto de vista de produção de unidades. Foram 39.660 unidades em 2019, o que significou um aumento de 7,3% referente ao ano anterior.[14]
A MRV Engenharia obteve, em novembro de 2001, a certificação no nível A do Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade na Habitação - PBQP-H, um programa de qualidade fomentado pelo governo brasileiro e que tem quatro níveis: D - planejamento do programa, C - início da implantação dos procedimentos em obra, B - análise do sistema, E - atuar corretiva e preventivamente para melhoria do sistema.[15]
A MRV Engenharia possui também a certificação ISO 9001,[16] norma que visa estabelecer critérios para um adequado gerenciamento do negócio tendo como foco principal a satisfação do cliente.
Em 2014 foi lançado o Instituto MRV com o objetivo de promover ações sociais voltadas às famílias dos empregados da construtora e comunidades com foco na educação. O Instituto é mantido pela MRV que destina 1% do seu lucro para financiar as ações.[17]
Somente em 2018, foram investidos mais de R$ 6 milhões em projetos como Educar para Transformar, MRV Voluntários e Seu filho, Nosso futuro, além de apoio a importantes instituições. [18]
O projeto Educar para Transformar é uma chamada pública que seleciona e apoia projetos voltados para a transformação social por meio da educação e já ajudou mais de 20 projetos, impactando mais de 80 mil pessoas pelo Brasil. [19]
Com o MRV Voluntários, a empresa busca estimular seus colaboradores a contribuir para ações sociais voltadas para a educação. O programa já conta com mais de 1.900 voluntários, que têm 4 horas de trabalho por mês para atuar nos projetos. [20][21]
Em parceria com o SENAI, a MRV iniciou o projeto de ensino profissionalizante de trabalhadores. No portfólio de cursos firmados entre as instituições estão: mestre de obras, eletricista, instalador hidráulico, carpinteiro, pedreiro de acabamento e de alvenaria e gesseiro.[22]
Novembro de 2013, a MRV Engenharia renovou o patrocínio ao Instituto Minas Pela Paz, que promove programas sociais com o objetivo de reduzir a violência e a criminalidade, além de buscar formas de melhorar programas já existentes e integrar a população-alvo das ações através de sua inserção no mercado de trabalho.[23]
A construtora incentiva a prática esportiva brasileira há mais de 15 anos. Foram nove anos de parceria com a equipe feminina do Minas Tênis Clube e quatro com o Clube Atlético Mineiro.[24] Em 2008, patrocinou o Clube de Regatas Vasco da Gama [25] e, durante alguns meses o Uberlândia Esporte Clube.
A construtora no ano de 2012 retornou a sua parceria com o Clube Atlético Mineiro[26] e tornou-se patrocinadora máster do Sport Club do Recife.[27]
Ainda em 2012 a construtora realizou o seu primeiro investimento na Fórmula 1 patrocinando o piloto Bruno Senna na equipe WilliamsF1[28]
Em 2013 renovou patrocínio com o Atlético Mineiro [29] e iniciou patrocínios com os clubes Rio Branco[30] e Goytacaz Futebol Clube.[31] No tênis, em parceria com o Banco BMG, patrocinou os dois mais bem-sucedidos tenistas do país: Bruno Soares e André Sá.[32]
Em 2016, a MRV fechou contrato de patrocínio inédito com o Clube de Regatas do Flamengo. Com esta parceria, o clube carioca se tornou o sétimo patrocinado pela empresa, junto ao Clube Atlético Mineiro, Santa Cruz Futebol Clube, América Mineiro, Esporte Clube Bahia, Esporte Clube Novo Hamburgo e Fluminense de Feira Futebol Clube.
Em 2019, o Conselho Municipal do Meio Ambiente (COMAM) aprovou a licença de Implantação da Arena MRV e liberou o início das obras para a construçãodo novo estádio do Atlético -MG.[33]
Atualmente no futebol brasileiro patrocina o Atlético Mineiro, Flamengo, São Paulo Futebol Clube, Vôlei Taubaté Galo Futebol Americano, Jaraguá Futsal, Coimbra Sports, Bauru Basket, Mogi das Cruzes, Fortaleza, Luana Obino e Sérgio Sette Câmara.
A MRV Engenharia possui uma política de sustentabilidade que envolve ações como revitalização de praças e parques em várias regiões onde são construídos seus empreendimentos imobiliários. Em 2013, a empresa investiu R$90 milhões em urbanização nas áreas onde constrói seus empreendimentos, com a construção de escolas, postos de saúde, estações de tratamento de esgoto, asfalto e revitalização de praças, parques e áreas de lazer em geral.[34] São R$32 milhões apenas nas obras de infraestrutura na região do Parque do Jambeiro em Campinas (SP),[35] R$90 mil na revitalização da Praça João Monteiro de Franca – também conhecida como Praça dos Motoristas - em João Pessoa (PB),[36] R$32 milhões em obras de infraestrutura na região do bairro Parque Jambeiro em Campinas (SP),[37] além da participação na parceria público-privada nas obras de revitalização do Parque do Cortado em Brasília (DF) através do programa “Brasília, Cidade Parque[38] e da revitalização do Parque Aggeo Pio Sobrinho em Belo Horizonte (MG) através do programa “Adote Verde”,[39] entre outras.
Até 2020, foram registradas mais de 1,4 milhões de árvores plantadas no Brasil e poupados cerca de 1,2 milhões de litros de água. [40][41]
Ainda segundo o site da MRV Sustentabilidade, medidas sustentáveis como exigência de madeiras certificadas, descargas econômicas e destinação adequada de resíduos das construções são tomadas com foco na sustentabilidade de seus empreendimentos. Em 2019, a MRV lançou a Visão MRV 2030 para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)”. No estudo, a companhia mostra a revisão do seu processo de atividades relacionadas aos ODS desenvolvidos pela Organização das Nações Unidas (ONU). Essa ação global concentra ações intersetoriais com a meta de superar os desafios enfrentados pelo planeta.[42]
Entre os anos de 2015 e 2019, a construtora investiu um total de R$ 250 milhões em projetos de transformação digital, o que a levou ao ranking das “Empresas mais inovadoras do Brasil em 2019”, segundo a Forbes. Com um investimento anual de R$ 50 milhões em projetos de inovação, a MRV possui um laboratório de inovação em sua sede, em Belo Horizonte, onde recebe equipes- internas e externas- que cuidam de projetos e tecnologias com foco em experiências para clientes.[43][44] Um dos exemplos de aplicação de inovação foi a substituição de seu decorado físico pelo decorado virtual, para que o cliente tenha uma melhor experiência na hora da compra.
A MRV foi pioneira no setor imobiliário ao utilizar energia solar em seus empreendimentos econômicos. Até 2020 já haviam sido entregues mais de 2.500 unidades com o recurso, gerando mais de 1,8 milhão de KWh e atingindo mais de 8 mil pessoas.[45][46]
Em janeiro de 2020, a MRV lançou uma plataforma de vendas digital, permitindo que seus clientes comprassem um imóvel totalmente online. Após a divulgação da primeira venda realizada pela plataforma, as ações da companhia fecharam o dia em alta de 4,67%.[47] O uso de inteligência artificial para atendimentos é uma realidade na MRV, que utiliza o recurso em atendimentos no Facebook, Portal de Relacionamento e WhatsApp. O chatbot também é usado na área comercial. O interessado na compra de um empreendimento pode fazer o primeiro contato pelo Chat Virtual para então ser encaminhado a um corretor de imóveis de sua região.[48][49]
Com o objetivo de atender clientes que buscam flexibilidade e facilidade para morar, em 2019 a MRV lançou a Luggo, startup que possibilita a locação de imóveis residenciais, através de um processo mais ágil e sem burocracias. A MRV é responsável pela compra do terreno, desenvolvimento do projeto, construção do prédio e manutenção dos empreendimentos, enquanto a Luggo faz a locação e a gestão das propriedades.[50][51][52]
O modelo da Luggo foi inspirado em uma outra empresa de Rubens Menin. A AHS, que opera em Miami, criada em 2012, atua apenas no segmento de construção voltada ao aluguel de imóveis e gestão de condomínios. [53]
A primeira fase da startup foi um projeto-piloto em Belo Horizonte iniciado em Janeiro de 2019. Em Agosto do mesmo ano, a Luggo foi lançada oficialmente com a apresentação de 2 condomínios em Curitiba (PR).[50] Uma das características dos empreendimentos oferecidos pela Luggo é um processo de locação feito digitalmente, sem fiador e com a possibilidade de mudança em 24 horas. A localização também é uma das principais características dos empreendimentos, estando cerca de 15 minutos de faculdades, polos de serviços e geradores de empregos. E na hipótese do morador trocar de emprego e precisar se mudar, a plataforma oferece a possibilidade de um outro condomínio Luggo mais conveniente e a empresa se responsabiliza pela mudança. [50][52][54] Os empreendimentos possuem serviços on demand, como lavanderia, limpeza, internet nativa e a disponibilização de bicicletas e carros compartilhados para uso dos moradores. [50]
Numa tentativa de vencer o desgaste causado pelas várias reclamações relativas ao atraso na conclusão de empreendimentos imobiliários registradas pelos órgãos de defesa do consumidor nos últimos anos, a construtora MRV tem investido cada vez mais na entrega de unidades habitacionais antes da data prevista em contrato.[55]
A Fundação Procon - Procuradoria de Proteção e Defesa do Consumidor - apresenta a MRV em seu cadastro de reclamações fundamentadas contra empresas [56] por "não cumprimento do contrato/proposta", "devolução de sinal, valores pagos (negocio não concretizado)", "não entrega do contrato" e "rescisão do contrato pela venda enganosa".
O Procon divulgou lista das construtoras com maior número de reclamações e também a lista das maiores reclamações dos consumidores, estando a construtora MRV em 3º lugar no ranking de uma das construtoras mais reclamadas.
Em 2013 a Organização Internacional do Trabalho, o Instituto Ethos e a ONG Repórter Brasil divulgaram uma lista com 409 empresas responsáveis por mais de 9 mil pessoas em situação de escravidão no Brasil. A MRV figura no relatório como sendo responsável por 11 ocorrências em Curitiba, Paraná.[57] Em 30/01/2013 o nome da MRV foi retirado do cadastro, por decisão do Superior Tribunal de Justiça.[58]
Em agosto de 2013 a empresa foi condenada em primeira instância por manter trabalhadores em situação irregular em Americana.[59] A empresa vai recorrer da sentença e informou que já reverteu sentenças parecidas em processos anteriores. O problema se origina em terceirização de mão de obra com empresas que não cumprem todas as obrigações trabalhistas.[60]
Hoje, a MRV Engenharia compõe o “Compromisso Nacional para Aperfeiçoamento das Condições de Trabalho na Construção Civil”,[61] que tem como objetivo aprimorar as condições de trabalho nos canteiros de obras do Brasil.
Em setembro de 2019, o Ministério Público do Estado do Paraná processou a MRV por falhas no programa Minha Casa, Minha Vida, a construção de 11 prédios do programa em Londrina apresentaram riscos graves à segurança dos moradores, as obras de 11 prédios espalhados pela cidade paranaense começaram há oito anos e o custo de cada apartamento chega os R$ 140 mil. Os técnicos do ministério fizeram vistorias nos prédios e encontraram irregularidades que vão do piso ao teto. São tantos problemas que o relatório possui centenas de páginas com falhas sobre a qualidade do material utilizado e do serviço executado nas obras.[62] Na mesma época, em São Paulo, o Tribunal de Justiça registra mais de 40 mil ações envolvendo a construtora. São processos de várias naturezas: dano material, prática abusiva, vícios de construção, entre outras alegações.[62]