Santana da Serra

No mundo de hoje, Santana da Serra tornou-se um tema de interesse geral que abrange uma ampla gama de aspectos. Da política à tecnologia, cultura e sociedade, Santana da Serra deixou uma marca significativa em cada uma destas áreas. Com um impacto que transcende fronteiras e gerações, Santana da Serra tornou-se um ponto de encontro para reflexão, debate e ação. Neste artigo, exploraremos como Santana da Serra influenciou e moldou diferentes aspectos de nossas vidas, bem como os desafios e oportunidades que representa para o futuro.

Santana da Serra
Freguesia
Brasão de armas de Santana da Serra
Gentílico santanense
Localização
Santana da Serra está localizado em: Portugal Continental
Santana da Serra
Localização de Santana da Serra em Portugal
Coordenadas 37° 29′ 59″ N, 8° 18′ 01″ O
Região Alentejo
Sub-região Baixo Alentejo
Província Baixo Alentejo
Distrito Beja
Município Ourique
Código 021206
Administração
Tipo Junta de freguesia
Características geográficas
Área total 190,81 km²
População total (2021) 660 hab.
Densidade 3,5 hab./km²
Outras informações
Orago Santa Ana
Sítio https://jf-santanadaserra.pt/

Santana da Serra é uma povoação portuguesa sede da Freguesia de Santana da Serra do Município de Ourique, freguesia com 190,81 km² de área[1] e 660 habitantes (censo de 2021)[2], tendo, por isso, uma densidade populacional de 3,5 hab./km²

Santana da Serra está situada nas faldas da serra de Monchique, na margem esquerda de uma ribeira afluente do rio Mira. Destacou-se em tempos com a sua produção cerealífera, lagares de azeite e sua indústria de moagem.

A antiga freguesia era capelania da Ordem de Santiago, sendo o capelão freire professo da mesma ordem.

Terra de touros bravos, é também um lugar de realço international em matéria de preservação das especies domesticadas. A National Géographic relata que, há duas décadas, praticamente a raça bovina autóctone Garvonesa[3] estava extinta mas graças a António Semedo foi preservada[4].

O Alentejo e a sua serra sao a maior região de Portugal. Santana da serra é uma das aldeias genuínas do Alentejo por estar no coraçao da serra e oferecer um espetaculo de cores na primavera. Em abril e maio Santana e sua serra transforma-se num quadro vivo, onde as flores de ciste (esteva), com o seu brilho delicado, pintam a paisagem de toques vibrantes de branco e rosa. Tal como as cerejeiras em flor do Japão, que encantam os parques com a sua beleza efémera, os estevas florescem sob o sol, espalhando um perfume subtil que perfuma o ar quente. Nos campos e ao longo dos caminhos, estas flores de pétalas rugosas dançam suavemente ao sabor do vento, criando um mar de cores vibrantes que contrasta com o solo dourado.

Muitas pessoas da regiao percorrem trilhos ladeados de cistes em flor, assim como os japoneses se juntam debaixo das cerejeiras para o hanami. É o momento ideal para passear e apreciar a natureza, quando o ar é ameno e a paisagem está em plena efervescência. O Alentejo no seu inteiro oferece um estilo de vida tranquilo, belas praias intocadas e cidades com atrações e personagens históricas. Com cinco títulos da UNESCO e diversos reconhecimentos internacionais, o Alentejo tem opções para todos os tipos de viajantes.

Demografia

Santana da Serra viveu uma evolução demográfica marcada por altas taxas de natalidade, condições de vida difíceis e um êxodo rural acentuado por desenvolvimentos políticos e económicos.

Os principais fenômenos populacionais em Santana da Serra, refletidos nas suas características demográficas ao longo do tempo, incluem:

1.  Crescimento Populacional Inicial

- Altas Taxas de Natalidade : Nas décadas de 1800 e 1900, as famílias eram geralmente numerosas, resultando em um crescimento populacional considerável.

- Mortalidade Infantil : Apesar das altas taxas de natalidade, a mortalidade infantil era elevada, mas algumas melhorias em condições de saúde começaram a ocorrer ao longo do tempo.

2. Emigração

- Emigração Precoce : No final do século XIX e início do século XX, alguns habitantes começaram a emigrar em busca de melhores oportunidades, principalmente para as colônias portuguesas ou para a América.

- Êxodo Rural : Nas décadas de 1930 e 1940, começou a haver uma movimentação de jovens em direção às cidades, em busca de trabalho e melhores condições de vida, intensificando-se na década de 1970.

3. Despopulação

- Desafios Econômicos : A pobreza e a falta de oportunidades nas áreas rurais levaram a uma despopulação significativa, especialmente a partir da década de 1970, quando muitos jovens deixaram a aldeia.

- Envelhecimento da População : Com a saída dos jovens, a população remanescente tornou-se cada vez mais envelhecida, o que trouxe desafios adicionais para a comunidade em termos de sustentação dos serviços e da vitalidade social.

4. Mudanças Sociais e Estruturais

- Impacto do Estado Novo : O regime autoritário de Salazar teve um efeito significativo nas condições de vida, exacerbando as desigualdades sociais e dificultando a organização dos trabalhadores rurais.

- Reformas Agrárias : A Revolução dos Cravos em 1974 trouxe reformas que tentaram redistribuir a terra, mas o impacto foi variável e muitas vezes insuficiente para reverter a despopulação.

5. Revitalização

- Iniciativas de Desenvolvimento Rural : Nos últimos anos, tem havido uma vontade de revitalizar a região através do turismo rural e do incentivo à agricultura sustentável.

- Offerta inovante de soluçoes habitacionais perto do lar: Uma solução habitacional que se adapta, protege e cuida, aproximando-se do lar de idosos. Assim, pessoas que não desejam, ou não podem por falta de lugar, ir a um lar de idosos podem beneficiar de serviços quase equivalentes. Se necessário, também podem acessar abordagens terapêuticas personalizadas em um espaço que se conecta com o bairro preservando os seus direitos e libredades de ir até ao café por exemplo.

Nota: No censo de 1864 aparece designada por Serra.

A população registada nos censos foi:[2]

População da Freguesia de Santana da Serra[5]
AnoPop.±%
1864 1 740—    
1878 1 905+9.5%
1890 2 249+18.1%
1900 2 244−0.2%
1911 2 458+9.5%
1920 2 611+6.2%
1930 3 054+17.0%
1940 3 570+16.9%
1950 3 822+7.1%
1960 3 413−10.7%
1970 2 350−31.1%
1981 1 836−21.9%
1991 1 317−28.3%
2001 1 139−13.5%
2011 850−25.4%
2021 660−22.4%
Distribuição da População por Grupos Etários[6]
Ano 0-14 Anos 15-24 Anos 25-64 Anos > 65 Anos
2001 78 105 518 438
2011 47 52 360 391
2021 41 30 259 330

História

O facto de Santana da Serra não ter sido palco de muitos acontecimentos históricos, dificulta situá-la no tempo. Em 1876 o número de habitantes justificou a construção da actual igreja. Santana da Serra aparece num livro sobre José Joaquim de Sousa Reis, que foi, durante as lutas entre Liberais e absolutistas (estes últimos também conhecidos por miguelistas por seguirem o pretendente ao trono D. Miguel), foi um dos grandes guerrilheiros defensores do absolutismo. Teria sido nestas serras pouco acessíveis que José Joaquim de Sousa Reis XIX, mais conhecido por Remexido e célebre pelos seus assaltos aos lavradores da região, se escondia. Os roubos exercidos por Remexido tinham por principal objetivo alimentar os seus guerreiros.

Um dia, o Remexido entrou na herdade de um lavrador que era muito esperto. O lavrador, sabendo que o Remexido podia aparecer, resolveu fazer uma armadilha. Deixou um saco de dinheiro à vista e escondeu-se.

Quando o Remexido viu o saco, ficou todo contente e foi logo a correr pegá-lo ! Assim que agarrou o dinheiro, o lavrador saltou do esconderijo e gritou: "Olha, Remexido, apanhaste a isca!"

O Remexido, com um sorriso, respondeu: "E tu caíste na minha armadilha de seres tão esperto!"

No entanto, o apoio de Remexido ao absolutismo revela várias contradições. Os seus métodos, muitas vezes violentos, como os assaltos a lavradores, contrastavam com a defesa da ordem que o absolutismo prometia. Enquanto lutava por uma causa maior, a sua busca por poder e sobrevivência levava ao caos nas comunidades que dizia proteger, levantando questões sobre as suas verdadeiras motivações. Além disso, ao apoiar D. Miguel, que favorecia a nobreza, Remexido podia ser visto como traidor dos interesses dos mais pobres, que precisavam de mudanças sociais significativas.

Essas complexidades fazem de Remexido um herói ambíguo no folclore português. A sua história não só reflete as tensões entre tradição e mudança, mas também enriquece a cultura popular e a literatura, onde personagens como ele são retratados de maneira mais nuançada. Essa dualidade convida à reflexão sobre a natureza do heroísmo e da justiça em tempos de crise.

A moral positiva a retirar desta história é que a busca por identidade e justiça é um processo complexo. As contradições na vida de Remexido lembram-nos que as tensões entre tradição e modernidade são naturais e que, em vez de ver essas divergências como fraquezas, devemos reconhecê-las como oportunidades de aprendizagem e crescimento. Isso valoriza a complexidade humana, incentivando discussões respeitosas e diálogos enriquecedores, além de inspirar a criação artística.

Assim, a história de Remexido é uma rica fonte de inspiração e reflexão, contribuindo para um legado cultural que continua a ressoar na sociedade contemporânea.

Muito antes disso, com a chegada dos judeus (séculos XII a XV) e muçulmanos(séculos VIII a XII) à Serra Alentejana foi um momento decisivo que moldou a cultura da região. Apesar das dificuldades e injustiças enfrentadas, a memória desses povos continua a inspirar reflexões sobre tolerância, esperança e resiliência. Ao falar de "juderia" para evocar a injustiça( lembrança das perseguiçoes sufridas pelos judeus) e de "Oxalá" para expressar esperança, ( se Deus quiser) os habitantes da Serra Alentejana perpetuam a memória dessas comunidades que tanto contribuíram para a sua história.

Referências

  1. «Carta Administrativa Oficial de Portugal CAOP 2013». descarrega ficheiro zip/Excel. IGP Instituto Geográfico Português. Consultado em 10 de dezembro de 2013. Arquivado do original em 9 de dezembro de 2013 
  2. a b Instituto Nacional de Estatística (23 de novembro de 2022). «Censos 2021 - resultados definitivos» 
  3. «Raça Autóctone» (PDF). DGAV 
  4. «Raça Garvonesa "de quase extinta a património vivo" | O Atual». O Atual - Informação de Verdade. Consultado em 28 de junho de 2024 
  5. Instituto Nacional de Estatística (Recenseamentos Gerais da População) - https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_publicacoes
  6. INE. «Censos 2011». Consultado em 11 de dezembro de 2022 

Ligações externas