Fazenda Tozan

Neste artigo vamos nos aprofundar no emocionante mundo de Fazenda Tozan. Ao longo da história, Fazenda Tozan despertou grande interesse na humanidade, seja pelo seu impacto na sociedade, pela sua relevância no campo científico, ou simplesmente pela sua influência na cultura popular. Desde as suas origens até ao presente, Fazenda Tozan tem desempenhado um papel fundamental na vida das pessoas, tornando-se um fascinante tema de estudo tanto para especialistas como para amadores. Através deste escrito, propomos explorar as diferentes facetas de Fazenda Tozan, analisando a sua importância e o seu impacto em diversas áreas.

Fazenda Tozan
Tipo quinta
Inauguração 1798
Página oficial (Website)
Geografia
Localidade Rodovia Gov.Dr.Adhemar Pereira de Barros km 121,5, Campinas
Localização Campinas, São Paulo - Brasil

A Fazenda Tozan também chamada de Fazenda Monte D’ este, é uma propriedade rural de grande relevância histórica para a cidade de Campinas, em São Paulo.[1] A fazenda participou de diferentes momentos econômicos ocorridos no Brasil desde sua fundação no século XVIII, sendo inicialmente voltada para a produção de cana de açúcar e posteriormente para o café no século XIX. Também recebeu muitos imigrantes japoneses que vieram para o Brasil, se destacando como o primeiro empreendimento japonês para produção de artigos manufaturados no Brasil.[2]

Histórico

Fundação

A propriedade foi fundada em 1798 com o nome de Fazenda Ponte Alta, uma sesmaria de 6.400 hectares cedida à Floriano Camargo Penteado para plantio de cana de açúcar que chegou a produzir cerca de 1.550 arrobas de açúcar.[3] Durante o ciclo do café no século XIX, a fazenda já possuia 60 mil pés de café.[4] Em 08 de novembro de 1927, a propriedade de 3.700 hectares é comprada por Hisaya Iwasaki, filho de Yataro Iwasaki, criador do grupo Mitsubishi, adquirindo as terras da viúva de Álvaro Xavier de Camargo Andrade, neto do fundador da fazenda.[2][5]

Século XX

Após a compra da fazenda, seu nome foi mudado para Fazenda Monte D’ este e sua produção passou a se diversificar além do café e da cana, pois foram introduzidos o cultivo de algodão, milho, arroz, feijão, árvores e criação de gado. O finalidade da compra foi oferecer trabalho e acomodações aos imigrantes japoneses que chegavam em grandes números ao Brasil. Dava assim aos recém-chegados a oportunidade de adaptar-se às condições locais e ensinar-lhes em uma fazenda-modelo.[6] O início da Primeira Guerra Mundial interrompeu o fluxo migratório japonês para o Brasil, que depois foi retomado. A fazenda também empregou imigrantes italianos no início do século XX.[4]

Em 1929, o engenheiro agrônomo Kiyoshi Yamamoto veio do Japão para administrar a fazenda. Ele foi o responsável por um experimento realizado com a vespa de Uganda com o objetivo de combater a broca dos cafezais, o que lhe rendeu o título de doutorado pela Universidade de Tokyo. Além disso, ele também idealizou um instituto de treinamento agrícola para jovens imigrantes japoneses, buscando formar especialistas em tecnologia agrícola.[7]

Durante a Revolução de 1932, a fazenda acolheu tropas paulistas que chegaram a entrar em conflito com o exército, deixando uma marca de bala de fuzil no mirante que atualmente é considerado uma atração turística do local. Em 15 de novembro de 1934, foi fundado a Indústria Agrícola Tozan Ltda. conhecida pela produção pioneira de saquê na América do Sul.[2][8]

Durante a Segunda Guerra Mundial, a fazenda foi desapropriada pelo governo brasileiro e ocupada pelo exército, pois pertencia a uma família japonesa. Este período foi marcado pela forte opressão e perseguição aos japoneses que residiam no Brasil, inclusive aos japoneses da Fazenda Tozan. A área da propriedade, em torno de quase quatro mil hectares, ficou praticamente praticamente abandonada, uma vez que ela não podia ser cultivada pelos japoneses. Com o final da guerra, como consequência deste período de abandono, a fazenda encontrava-se com problemas financeiros. Para cobrir as dificuldades financeiras, parte da fazenda foi vendida passando de 3.700 para 900 hectares, os quais se mantêm até a atualidade.[3][2][9]

Ao longo dos anos, foram introduzidas modernas técnicas de conservação do solo e de aumento da produtividade e em 1998 a fazenda tinha 500 mil pés de café, produzindo anualmente cerca de 4 mil sacos.[4] O foco pela qualidade fez com que seu café fosse reconhecido internacionalmente além da impecável organização da fazenda. Vários visitantes de outros países como China, Itália, Polônia, Marrocos, Índia, Coréia, França e Japão já vieram conhecer suas instalações.[9]

Atualidade

Além de ser a precursora do grupo Tozan do Brasil, atualmente, a fazenda se dedica ao cultivo do café e ao turismo. Ela mantém preservados sua arquitetura, mobiliário e objetos de época.[10][11]

Instalações históricas

A casa sede, um casarão em estilo colonial brasileiro, foi construída em 1850.[4] Em frente à casa encontra-se o terreiro de fermentação e secagem dos frutos de café. De sua casa, o fazendeiro podia ver como progrediam os trabalhos de secagem. Ao redor do terreiro, há os canais de água onde os frutos chegados da colheita eram lavados antes de serem colocados a secar. Há também a antiga senzala[4]: uma construção baixa sem janelas, constituída por uma série de cômodos, ligados uns aos outros por uma porta interna, possuindo apenas uma porta de entrada. Após o período colonial, foram construídas pequenas casas para os trabalhadores, algumas das quais ainda existem no local.

A fazenda abriga também um pequeno museu com fotografias e objetos ligados à cultura e história do café, bem como uma loja com artigos relacionados à cultura do café.[4]

Referências

  1. «Fazenda Tozan». Campinas.com.br. Consultado em 31 de março de 2021 
  2. a b c d «Histórico da Fazenda Tozan. Fazenda em Campinas foi o primeiro empreendimento japonês para produção de artigos manufaturados no Brasil. - PDF Free Download». docplayer.com.br. Consultado em 31 de março de 2021 
  3. a b «Fazenda Tozan - história da imigração japonesa em Campinas |». www.cidadeecultura.com. Consultado em 31 de março de 2021 
  4. a b c d e f Peron, Marcos (2 de agosto de 1998). «Fazenda de 200 anos 'abre a porteira'». Consultado em 31 de março de 2021 
  5. «Campinas». conheca.campinas.sp.gov.br. Consultado em 2 de maio de 2021 
  6. Prefeitura Municipal de Campinas (2009). «Plano Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável 2010-2013». Consultado em 31 de março de 2021 
  7. «Quem foi Kiyoshi Yamamoto?». Bunkyo Rural. 4 de março de 2019. Consultado em 31 de março de 2021 
  8. CartaCapital (1 de março de 2017). «A trajetória da Fazenda Tozan». CartaCapital. Consultado em 2 de maio de 2021 
  9. a b «Fazenda Tozan - história da imigração japonesa em Campinas | Cidade e Cultura». www.cidadeecultura.com. Consultado em 2 de maio de 2021 
  10. «SOBRE A FAZENDA». FAZENDA TOZAN. Consultado em 31 de março de 2021 
  11. «Fazenda Tozan contabiliza "90 anos de muita História, Negócios e Turismo Rural – Portal Oriente-se». Consultado em 31 de março de 2021