O nome Léxico da língua portuguesa convida você a refletir sobre um tema relevante para pessoas de todas as idades e condições. Quer se trate de um acontecimento chave na história, de uma personagem que marcou a cultura contemporânea, de uma data significativa ou de um fenómeno que afecta a sociedade como um todo, Léxico da língua portuguesa é um ponto de partida para explorar e compreender a sua importância no mundo de hoje. Através deste artigo, iremos mergulhar no impacto que Léxico da língua portuguesa teve nas nossas vidas, analisando as suas implicações em diferentes aspectos da sociedade e proporcionando uma perspectiva abrangente sobre a sua relevância no contexto actual.
O Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, com cerca de 228 500 entradas, 376 500 acepções, 415 500 sinónimos, 26 400 antónimos e 57 000 palavras arcaicas, é um exemplo da riqueza do léxico da língua portuguesa. Segundo um levantamento feito pela Academia Brasileira de Letras, a língua portuguesa tem atualmente cerca de 356 mil unidades lexicais. Essas unidades estão dicionarizadas no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa.[1]
A maior parte do léxico do Português é derivado do latim, já que o português é uma língua românica. No entanto, por causa da origem celta de Portugal e a participação do país na Era dos Descobrimentos, adotou palavras de todo o mundo. No século XIII, por exemplo, o léxico do português tinha cerca de 80% de suas palavras com origem latina e 20% com origem pré-romana[carece de fontes] sobretudo céltica, germânica e árabe. Atualmente, a língua portuguesa ostenta no seu vocabulário termos provenientes de diferentes idiomas como o tupi, o quicongo, o quimbundo, o umbundo, o provençal, o holandês, o hebraico, o persa, o quíchua, o chinês, o turco, o japonês, o alemão, o russo, o inglês, o francês, o espanhol e o italiano. [2][3]
Relativamente poucas palavras em português têm origem identificavel até aos habitantes pré-romanos de Portugal, que incluíam os galaicos, lusitanos, célticos e cónios. Alguns exemplos notáveis são as palavras pré-romanas abóbora, bezerro e outras, que têm origem no idioma celtibérico; com mais de mil palavras comuns, como cerveja e cervejaria (através do latim cervisia), e do céltico, amieiro, brejo, brejeiro, carro, caminho, colmeia, galhardete, garra, agarrar, menino, petisco, petiscar, rego, saia, seara, tojo, trevo, varanda, vereda.[2][3]
No século V, a galécia e lusitania foi conquistada pelos germânicos suevos e godos. Esses povos adotaram a civilização romana e a sua linguagem, no entanto também contribuíram com palavras ao léxico português, tais como espora, estaca, guerra, laverca, brita, marco, maga, esmagar, brêtema, gabar, fita, sá, do Suevo e Godo. A influência germânica também existe em sobrenomes toponímicos e patronímicos de suevos e godos como Gondomar de Gundemari, Baltar de Baltarii, Sandiães genitivo germânico do nome Sindila, Sa, Saa, Sas, Sá que derivam da palavra germânica sal – "casa, átrio", Ermesinde, Esposende e Resende, onde sinde e sende, são derivados do germânico sinths (expedição militar). No caso de Resende, o prefixo re vem do germânico reths (conselho).[2][3]
Entre os séculos IX e XIII, o português adquiriu cerca de 800 palavras do árabe, devido a influência moura na Iberia. Estas são muitas vezes reconhecidos pelo artigo inicial árabe a(l) e incluem palavras comuns, como aldeia de الضيعة (aldai`a), alface de الخس (alkhass), armazém de المخزن (almakhzan) e azeite de الزيت (azzait). O nome da moeda moçambicana, metical, é derivada da palavra متقال (mitqāl), uma unidade de peso. A palavra Moçambique em si é proveniente do nome árabe do sultão Muça Alebique (Musa Alibiki).[2][3].
Por Castela, e depois Espanha, ser o maior reino da Ibéria, o português naturalmente acabou sendo influenciado pelo castelhano. Vários escritores portugueses também escreveram em castelhano, e hoje várias palavras cotidianas da língua portuguesa têm origem hispânica, como agachar, arranhar, borracha, churrasco, geringonça, moreno, panturrilha e pescoço.[4][5]
No século XV, as explorações marítimas portuguesas levaram à introdução de estrangeirismos de muitas das línguas asiáticas. Por exemplo, catana do japonês katana e chá do chinês chá.[2][3]
Da América do Sul veio a palavra batata do taíno, ananás e abacaxi do tupi-guarani naná e do tupi ibá cati, respectivamente (duas espécies de abacaxi), e tucano do guarani tucano.[2][3]
Do século XVI ao XIX, por causa do papel de Portugal como intermediário no comércio de escravos no Atlântico, e o estabelecimento de grandes colônias portuguesas em Angola, Moçambique e Brasil, o português sofreu influência de vários idiomas africanos e ameríndios, especialmente para os nomes da maioria dos animais e plantas encontrados nesses territórios. Embora esses termos sejam usados principalmente nas ex-colónias, muitos se tornaram usados no português europeu também. Do kimbundu, por exemplo, veio cafuné de kifumate, caçula de kusula, marimbondo e bungular de kubungula.[2][3]
Finalmente, o idioma português recebeu, no decorrer dos anos, um fluxo constante de estrangeirismos doutros idiomas europeus. Por exemplo: melena, fiambre e castelhano vieram do espanhol ; do francês vieram crochet, paletot, bâton e filet; do italiano vieram maccherone, piloto e carrozza; e do inglês, beef, football, revolver, stock e folklore.[2][3]
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