Manuel Castells

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Manuel Castells
Manuel CastellsManuel Castells em 2012
Nome completo Manuel Castells Oliván
Conhecido(a) por Pesquisar a sociedade da informação
Nascimento 9 de fevereiro de 1942 (82 anos)
Hellín, Albacete
Espanha
Nacionalidade Espanha espanhol
Cônjuge Emma Kiselyova
Alma mater Universidade de Paris
Ocupação Sociólogo
Prêmios Prêmio de Arquitetura Erich Schelling (2004), Medalha Erasmus (2011)
Principais interesses Sociologia, planejamento urbano, comunicação
Página oficial
manuelcastells.info

Manuel Castells Oliván (Hellín, 9 de fevereiro de 1942) é um sociólogo e professor universitário espanhol, ministro de Universidades do governo da Espanha desde 2020.

Entre 1967 e 1979 lecionou na Universidade de Paris, primeiro no campus de Nanterre e, em 1970, na "École des Hautes Études en Sciences Sociales". No livro "A sociedade em rede", o autor defende o conceito de "capitalismo informacional".

Foi nomeado em 1979 professor de Sociologia e Planejamento Regional na Universidade de Berkeley, Califórnia. Em 2001, tornou-se pesquisador da Universidade Aberta da Catalunha em Barcelona. Em 2003, juntou-se à Universidade da Califórnia do Sul, como professor de Comunicação.

Segundo o Social Sciences Citation Index Castells foi o quarto cientista social mais citado no mundo no período 2000-2006 e o mais citado acadêmico da área de comunicação, no mesmo período .

Atualmente Castells vive entre Barcelona e Santa Mônica, com sua esposa, Emma Kiselyova.

Teoria

Durante a década de 1970, Castells teve um importante papel no desenvolvimento da sociologia urbana Marxista. Enfatizou o papel dos movimentos sociais na transformação conflitiva da paisagem urbana.

Introduziu o conceito de "consumo coletivo" para compor um amplo alcance dos esforços sociais, deslocado do campo econômico para o campo político pela intervenção do Estado. Ao abandonar as estruturas Marxistas no início da década de 1980, começou a se concentrar no papel das novas tecnologias de informação e comunicação na reestruturação econômica.

Nos meados da década de 1990, juntou os lados de sua pesquisa em um sólido estudo, chamado "A Era da Informação", publicado como uma trilogia entre 1996 e 1998.

Sociedade em Rede

Sociedade em Rede, o primeiro volume da trilogia A Era da informação: Economia, sociedade e cultura, mapeia um cenário mediado pelas novas tecnologias de informação e comunicação - TICs - e como estas interferem nas estruturas sociais. O autor propõe o conceito de capitalismo informacional, e constrói seu raciocínio partindo da história do forte desenvolvimento das tecnologias a partir da década de 1970 e seus impactos nos diversos campos das relações humanas. Demonstra como tecnologias, inicialmente impulsionadas pelas pesquisas militares, foram amplamente utilizadas pelo setor financeiro, justamente em um momento de necessidade de reestruturação do capitalismo. Aproveitando-se do processo de desregulamentação promovido pelos Estados Unidos e organismos internacionais, como o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional, o capital financeiro multiplicou sua circulação entre os diversos mercados mundiais, em movimentos cada vez menos vinculados ao processo produtivo. As tecnologias também tiveram papel fundamental na reestruturação das empresas, que puderam horizontalizar suas estruturas e, por meio de TICs de baixo custo, transnacionalizar a produção. Ao analisar a questão da produtividade, Castells ressalta que a introdução das novas tecnologias somente começou a ter efeito a partir do final da década de 1990, o que justificaria a ausência de aumento de produtividade no período 1970-80.

Ressalta, também, o impacto dessa reestruturação do capital financeiro e da nova sociedade organizada em rede em relação ao trabalho. Argumenta que, mais do que as novas tecnologias, as políticas empresariais e governamentais, bem como aspectos institucionais e culturais é que determinam os impactos na questão do emprego. Sustenta, ainda, que há um processo tendente à dualização do trabalho, com aumento substancial dos trabalhadores de alto nível e também de nível de menor qualificação, havendo um claro achatamento dos empregados de padrão intermediário de conhecimento e rendimento.

Castells, igualmente, apresenta sua formulação teórica do que intitula "a cultura da virtualidade real", lembrando que as culturas consistem processos de comunicação e que, uma vez sendo a comunicação baseada em sinais, não há separação entre "realidade" e representação simbólica. Isso é importante para destacar que as relações humanas, cada vez mais, se darão em um ambiente multimídia, cujos impactos ainda estão por serem estudados.

Cultura internet

Camadas do "planeta web"

Em seu livro de 2001, La Galaxia Internet, Castells define a cultura da internet em quatro camadas ou níveis. A cultura tecnomeritocrática é uma das quatro camadas que Castells coloca como integrantes da construção da Internet, junto com a cultura hacker, a cultura comunitária virtual e a cultura empresarial. Cultura tecnomeritocrática pode ser definido como "uma cultura hacker ao incorporar normas e costumes a redes de cooperação voltadas para projetos tecnológicos". O termo tecno, que se refere ao meio digital, é colocado no âmbito da meritocracia.

O conceito de tecnomeritocracia é desenvolvido a partir da ideia de que o desenvolvimento científico e tecnológico é elemento decisivo no progresso da humanidade, que se relaciona às ideias do Iluminismo, envolvendo a obtenção de conhecimentos acadêmicos para o desenvolvimento das redes.

Geografia da internet

O termo surge, e é discutido, no capítulo oito do livro já citado acima. Castells centraliza seu estudo na chamada Era da Informação, ou Era Digital, em algumas questões específicas correspondentes à sociedade conectada de forma global: baseia-se em estabelecer conceitos geográficos que podem ser ferramentas de aprofundamento nos estudos dessa rede capaz de conectar o mundo inteiro. Castells divide sua teoria em três diferentes partes (geografia técnica, geografia dos utilizadores e geografia económica) para esquematizar assim um formato que permita a seus estudos separar as diferentes ideias e conceitos; essas, no fim, acabam por tomar uma forma geral, por estarem inseridas num mesmo contexto e teoria.

Publicações

Manuel Castells Oliván é um dos cientistas sociais e da área de comunicações mais citados. Escreveu mais de vinte livros, incluindo:

Artigos:

Livros sobre Manuel Castells

Referências

  1. a b CASTELLS, Manuel. A Galáxia da Internet: reflexões sobre a Internet, os negócios e a sociedade. Trad. Maria Luiza X. de A. Borges. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2003. 244 p. (original: La Galaxia Internet. Reflexiones sobre Internet, empresa y sociedad. Madrid: Areté. 2001.)
  2. «Manuel Castells - Documento 23». hackerart.org. 2004. Consultado em 4 de julho de 2011 
  3. «Citations in the Social Science Citation Index, 2000-2007» (PDF). Consultado em 10 de janeiro de 2008. Arquivado do original (PDF) em 2 de fevereiro de 2007 
  4. «Citations in the Social Science Citation Index, 2000-2007 (living scholars only)» (PDF). Consultado em 10 de janeiro de 2008. Arquivado do original (PDF) em 2 de fevereiro de 2007 

Ligações externas