» Soneto 1 |
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From fairest creatures we desire increase, |
–William Shakespeare |
Sonetos de Shakespeare | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Soneto 1 é um dos 154 sonetos escritos por William Shakespeare.
Segundo a tradução de Thereza Christina Rocque da Motta,
Dentre os mais belos seres que desejamos enaltecer, Jamais venha a rosa da beleza a fenecer, Porém mais madura com o tempo desfaleça, Seu suave herdeiro ostentará a sua lembrança; Mas tu, contrito aos teus olhos claros, Alimenta a chama de tua luz com teu próprio alento, Atraindo a fome onde grassa a abundância; Tu, teu próprio inimigo, és cruel demais para contigo. Tu, que hoje és o esplendor do mundo, Que em galhardia anuncia a primavera, Em teu botão enterraste a tua alegria, E, caro bugre, assim te desperdiças rindo. Tem dó do mundo, ou sê seu glutão – Devora o que cabe a ele, junto a ti e à tua tumba.Na tradução de Jerônimo Aquino,
Em tudo o que há mais belo, a rosa da beleza Se nos impõe, gerando o anseio de aumentá-la, E, entre os seres mortais, a própria natureza Ao herdeiro confere o dom de eternizá-la Mas tu, assim concentrado em teu olhar brilhante, Sem o alento de outra alma, a que a tua dê abrigo, Cheio de amor, negando amor a todo instante, De ti mesmo e do teu encanto és inimigo. Tu, agora, esplendoroso ornamento do mundo E arauto singular de alegre primavera, Tu, botão, dentro em ti sepultas, infecundo, Teu gozo e te destróis, poupando o que exubera. Faze prole, ou, glutão, em ti e na sepultura, Virá a tragar o mundo a tua formosura.Na tradução de Fernando Nin'g Guimarães:
Uma criatura tão bela esperaríamos ver multiplicar
Para que a rosa da beleza não fique só na história
E ainda que o destino se divirta em seus dias cortar
Tudo seu terno herdeiro vai carregar na memória
Mas tu, inebriada por teus próprios olhos brilhantes
Continuarás a se alimentar com a luz da própria chama
Até impores a fome onde tanta abundância havia antes
Tua própria pessoa levando como inimigo para a cama
Tu que és agora o mais fresco ornamento do mundo
E o mais perfeito arauto da primavera a proclamar
Preferes enterrar a riqueza dentro do teu mais fundo
E, ó mesquinhez!, a beleza de uma nova vida recusar
Apieda-te do mundo: dá de comer a este glutão
O que lhe é devido antes que venha a vez do chão